Este é o blog da Little Brown Mouse, a LBM, empresa familiar de preparação de legendas para cinema, composta por Claudio Fragano e Ligia Sobral Fragano.
Hoje estamos aqui de verde, amarelo e bandeira arco-íris para comentar duas produções nacionais que estreiam nas telonas com uma mãozinha (ou patinha?) do ratinho.
Em tempos sombrios para o audiovisual brasileiro, é um prazer imenso constatar que estamos com gás total em produções incrivelmente relevantes, avançando nossa indústria. E melhor ainda é poder fazer parte do processo!
Bora conhecer essa dupla?
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MORTO NÃO FALA
O primeiro longa de Dennison Carvalho já foi exibido em cerca de 40 festivais pelo mundo com o título internacional de “The Nightshifter”, chegando ao Brasil hoje. Com aprovação média de 92% no Rotten Tomatoes e considerado pela revista New York como um dos melhores filmes de terror de 2019 (ao lado de “Nós”, de Jordan Peele), a produção traz promessa e expectativa em relação à aceitação do público brasileiro.
A obra conta a história de um médico-legista que trabalha durante a noite no IML paulistano e tem dons mediúnicos de conversar com os recém-mortos que passam por seus cuidados. O projeto começou como um seriado da Globo, mas acabou se tornando um longa no meio do caminho – o que se provou uma ótima decisão estratégica, visto que o filme já levou 5 prêmios pelo mundo. Dentre eles, um merecido prêmio de efeitos especiais, pela caracterização dos personagens feitos em esculturas idênticas aos atores para retratar os corpos sem vida, com seus rostos sendo animados digitalmente.
A acessibilidade do filme foi feita toda by LBM em parceria com a Casa de Cinema de Porto Alegre, com bastante atenção ao uso das músicas e efeitos sonoros trazidos pelas cenas. Tratando-se de um filme de terror, a trilha assume um papel de destaque na narrativa, expressando emoções chave. Em todos os seguimentos da acessibilidade, foi um desafio escolher como indicar esses sons variados para manter o suspense das cenas. É importante descrever com cuidado, acompanhando os sinais gradativos dados pela narrativa!
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GRETA
Tratando com naturalidade de temas bastante densos, “Greta” chega hoje aos cinemas com direção de Armando Praça. Sua trajetória, no entanto, já inclui o troféu Mucuripe por melhor longa-metragem, melhor direção e melhor ator para Marco Nanini, sendo o grande vencedor do Cine Ceará.
O roteiro de “Greta” passou por laboratório para chegar à sua forma final. Fernanda Leme, nossa colaboradora, formada em Cinema e especialista em roteiros, conta mais sobre: “O Laboratório Novas Histórias é um projeto idealizado e organizado por Carla Esmeralda, e faz parte do Programa Sesc e Senac São Paulo de Desenvolvimento de Roteiros para o aperfeiçoamento do ofício do roteirista no Brasil. É de extrema importância a iniciativa desses laboratórios, pois dá a oportunidade de novos roteiristas entrarem em contato com aqueles que já estão no mercado de trabalho, discutir e evoluir ainda mais os roteiros inscritos, para que um dia se tornem filmes. Do Laboratório Novas Histórias saíram grandes filmes, como: “Que Horas Ela Volta?”, “As Duas Irenes”, “As Boas Maneiras”, “Boa Sorte”, entre outros. Por muito tempo no Brasil, o roteiro era o ponto fraco do Cinema, mas dessas diversas iniciativas, e com o aumento de cursos, especializações e bibliografias e a valorização de sua importância, atualmente esse ramo tem se aperfeiçoado. Afinal, não podemos negar que o roteiro é a alma do filme! ‘Greta’ participou do laboratório em 2012. É um filme íntimo e singelo, mas que usa do escrachado dos bares populares ao cuidado dos hospitais para narrar sua história específica de amor. “
Aqui na LBM, pudemos legendar com carinho a tradução para o inglês enviada por nosso parceiro, a Carnaval Filmes, para que o filme brilhe mundão afora. Boa sorte, Greta!
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Este post foi escrito com a ajuda do nosso estagiário, Douglas Guizani! #ValorizeoEstagiário
Estamos de volta nesta quinta ensolarada do capeta para contar sobre nossas estreias da semana. Preparados?
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DEPOIS DO CASAMENTO
Distribuído aqui no Brasil pela nossa querida Diamond Films, o longa estrelado por Michelle Williams e Julianne Moore é um remake do filme dinamarquês de 2006 com o mesmo nome. Nossa colaboradora Paula Barreto, que trabalhou no filme, conta mais sobre:
“Tudo começa quando Isabel (Michelle Williams) tem que viajar aos Estados Unidos em busca de doações para o orfanato que gerencia na Índia. Em Nova York, ela conhece Theresa (Julianne Moore), uma mulher bem-sucedida dona de sua própria empresa que está considerando se deve ou não doar uma grande quantia para ajudar o orfanato. Surpreendentemente, Isabel é convidada para ir ao casamento da filha de Theresa, e sua vida dá uma guinada de 360 graus depois do evento.
Depois do Casamento é um filme sensível e delicado, mas não se engane: ele também trata de assuntos seríssimos, como maternidade, abandono, luto e amor ao próximo. É impossível não se emocionar com a perseverança e persistência de Isabel, apesar de ser uma mulher austera, ao tentar conseguir fundos para o orfanato que tanto ama. Ela tem uma ligação forte com as crianças órfãs, que são sua família, e, além de batalhar para dar a elas uma vida melhor, trata todas com muito amor e carinho. Theresa, apesar de ter seus momentos de severidade, também tem muito amor para dar: é uma mãe exemplar para a filha adulta e os dois filhos criança, além de ser uma esposa amorosa e companheira. São duas mulheres fortes, batalhadoras, bem-sucedidas e, acima de tudo, muito ligadas à família. Nós bem sabemos que não existe apenas uma configuração de família, e o ratinho aposta que você vai se identificar muito com a matriarca das duas famílias!
Para quem quer se emocionar no escurinho do cinema, esse filme é uma ótima pedida! Compre uma pipoca e um refri, se aconchegue na poltrona, leve um lencinho para enxugar as lágrimas e bom filme!”
MIDSOMMAR – O MAL NÃO ESPERA A NOITE
Nossa segunda estreia do dia é o surpreendente terror diurno de Ari Aster, distribuído pela Paris Filmes. Quem acompanha o portfólio da LBM sabe que, ano passado, legendamos Hereditário, o filme de estreia do diretor que foi intensamente aclamado pela crítica.
O filme mostra a viagem de um grupo de jovens americanos à Suécia, onde testemunharão as festividades do solstício de verão pela primeira vez. Antes mesmo do embarque, as tensões já estão acumuladas entre alguns dos participantes e, chegando ao destino, os acontecimentos parecem contribuir para os conflitos. A noite praticamente não dá as caras durante todo o filme, os desdobramentos sinistros vão acontecendo à luz do dia e, bem… A gente fica confuso!
Não queremos dar spoilers, mas recomendamos fortemente uma ida ao cinema. Para tanto, deixamos aqui uma legenda… intrigante:
A produção também contou com acessibilidade completa do ratinho. Em conversa exclusiva com o mouse, Fernanda Leme, da nossa equipe de audiodescrição, comentou que a montagem se utiliza muito de planos abertos, o que significa que muitas coisas estão ocorrendo ao mesmo tempo. Assim sendo, é mais difícil selecionar qual informação é a prioritária para o espectador. Numa nota mais pessoal, ela recomenda muita atenção aos detalhes da obra, pois ela traz pistas constantes nos adereços e artes que, com sutileza, contam histórias também!
Vocês devem ter reparado como as coisas andam diferentes por aqui, não? Há um mês e meio, nossas vidas estão muito mais coloridas e divertidas com o lançamento da nossa nova identidade visual! Nova logo, nova paleta e todo um universo de elementos gráficos que ilustram nossa vida pessoal e de trabalho, da qual nos orgulhamos tanto.
E agora damos mais um passo…
…com a reinauguração do nosso querido blog, agora carinhosamente batizado de Toca do Mouse! Voltamos à nossa programação de posts com nossas estreias nas telonas e telinhas, além de discussões sobre conteúdos relevantes à nossa área. Garantimos que as coisas nunca estiveram tão animadas por aqui.
E vamos aos comentários sobre as duas estreias lbmísticas desta semana, trazidos pela nossa colaboradora Paula Barreto, que trabalhou na legendagem de ambos os filmes.
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PETERLOO
O filme britânico “Peterloo”, com estreia nesse ano de 2019 pela Amazon Studios, marca o 200° aniversário do Massacre de Peterloo, ocorrido em 16 de agosto de 2019. Que você já ouviu falar na Batalha de Waterloo o ratinho sabe, mas e Peterloo? Bom, nada tema, pois o ratinho também dá aula de história!
O Massacre de Peterloo aconteceu em St. Peter’s Field, uma praça de Manchester, na Inglaterra. Milhares de pessoas se reuniram no local para protestar e pedir por uma reforma parlamentar. A manifestação, de caráter pacífico, foi dirigida pelo famoso orador Henry Hunt, personagem do ator Rory Kinnear (os fãs de “Black Mirror” e “Penny Dreadful” vão reconhecê-lo!). No entanto, as forças militares foram chamadas para intervir, e o que começou como um protesto pacífico terminou em um banho de sangue, com cidadãos ingleses mortos e feridos.
O filme aborda toda a questão política e social que culminou na já citada manifestação, e por meio dos diálogos dos personagens e dos discursos feitos pelos grandes oradores apresentados no filme (sempre com muita pompa), o espectador tem acesso a todo o contexto de que precisa para entender o cenário do país na época.
Um tema muito abordado é a injustiça sofrida pelos trabalhadores humildes, que trabalham horas a fio e em condições insustentáveis, mas que não são amparados nem reconhecidos pela Coroa e governo. Há um sentimento geral entre as camadas mais pobres de querer revidar, tomar o que é seu por direito, ter voz e reconhecimento.
Apesar do filme se passar lá em 1819, as reflexões políticas apresentadas pela obra se mostram muito atuais, fazendo o expectador ponderar sobre o sistema em que está inserido e até que ponto ele é ou não justo. É um prato cheio para quem quer assistir a um filme mais politizado e denso, que faz o espectador sair do cinema cheio de exclamações na cabeça. Apesar de longo e trabalhoso, nó adoramos a experiência de fazer a tradução desse filme e aprender um pouco mais de história mundial.
ABIGAIL E A CIDADE PERDIDA
Ainda nesta quinta, estreia nas telonas brasileiras o filme “Abigail e a Cidade Proibida”. A fantasia russa conta a história de Abigail, uma moça que mora em uma cidade isolada do resto do mundo por uma fronteira devido a uma grave doença infecciosa. A doença misteriosa e contagiosa afeta cada vez mais moradores da cidade, que são levados à quarentena. Assim foi o caso do pai de Abigail, que foi levado quando ela ainda era pequena. Tendo que sobreviver a um ambiente hostil sem a presença do pai, a quem era muito ligada, nossa protagonista acaba descobrindo um dom especial e poderoso – que o ratinho não vai dizer qual é para atiçar a curiosidade de vocês! Com um visual steampunk lindo de morrer e cheio de tecnologias inovadoras, o filme explora de maneira leve temas como abuso de autoridade e poder, controle por meio do medo, o pavor que o desconhecido pode causar e como nem tudo é o que parece ser.
O filme entrelaça a história do presente com cenas de flashback, de quando Abigail ainda era criança e seu pai a ensinava lições de vida que seriam importantíssimas no futuro. A garota, sempre muito atenta e esperta, entendia muito bem os ensinamentos do pai, o que se provará de extrema importância para a situação na qual ela se encontrará mais tarde. Um desses ensinamentos, disfarçado de história, é que na condição de seres humanos, devemos sempre saber dizer e ouvir “não” e que nem tudo deve ser do jeito que queremos. É uma lição atemporal que serve não só para a personagem, mas também para os espectadores. Não sabemos vocês, mas o ratinho adora quando filmes fazem você refletir!
Para quem gosta de filmes como “Harry Potter” e “A Bússola de Ouro”, esse filme é uma ótima opção! Não deixem de prestigiá-lo nos cinemas, com tradução by LBM feita com muito carinho. Afinal, o audiovisual não é feito só de blockbusters americanos (que a gente também ama), né?
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Aha, uhu! O cinema é nosso! Valeu, Paula.
Prometemos estar por perto aqui no blog, mas não deixem de nos seguir também no Face e na nossa novíssima conta do Insta, a @lbmouse.oficial 😉
O primeiro guest post deste ano é mais do que especial. Depois de um bom tempo de espera, enfim recebemos em nosso blog a tradutora de cinema Marina Fragano Baird, vulga minha tia Marina, para um relato de coração sobre a tradução para cinema através das décadas.
Duas dicas bacanas que darei totalmente de graça para vocês. A primeira é: o texto a seguir discorre longamente sobre a moviola e a pietagem. Então, se ainda não leram o post inaugural deste blog especial sobre a moviola, cliquem aqui e leiam agora para entender melhor sobre a máquina e seu funcionamento. Ele foi repostado semana passada com nova introdução e arte. A segunda dica? Só aproveitem!
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Olá, pessoal! Depois de meses ensaiando para escrever no blog do ratinho, aqui estou.
Pois é, a vida de tradutor de cinema é assim, corrida, cheia de imprevistos. Fica difícil se programar. E, mesmo tentando se programar, quando seu corpo e sua mente resolvem por você que é hora de parar, descansar, fazer aquela viagem revigorante, você corre o risco de deixar de fazer aquele filme que você tanto queria traduzir! Mas você volta renovada para novos desafios. Relaxada e com mais experiências e conhecimento para usar nas suas traduções.
É, acho que é uma profissão na qual as férias proporcionam um descanso necessário, claro, mas também reforçam o estoque de conhecimentos a serem aproveitados no seu ofício. Pelo menos, para mim, é assim desde a década de 70. Por mais complexo que fosse traduzir um filme no início, antes mesmo da existência da máquina de escrever elétrica, e marcar manualmente (que mais tarde começou a se chamar também “pietar”) na moviola a entrada e saída de cada legenda para o laboratório saber onde colocar cada uma delas, esse foi sempre um trabalho estimulante.
Sem contar que os roteiros não eram bem elaborados como nas últimas décadas, e era preciso “levantar” muitas palavras e frases na moviola (tarefa difícil, pois sendo ela manual, era difícil dar a velocidade precisa na fala), ou então “levantar” o que faltava na cabine onde o tradutor assistia ao filme. E, quando queríamos voltar atrás no filme para rever uma cena ou ouvir novamente um diálogo, era preciso pedir para o operador parar o filme, voltar atrás manualmente até um ponto que provavelmente seria o ideal, montar novamente e religar a máquina. E lá se iam muitos e muitos minutos, sem contar o risco de ter que ver mais uma vez!
Somado a isso, na época da ditadura, por exemplo, corríamos o risco de ter que marcar (pietar) o filme três ou quatro vezes, pois nossos austeros censores abominavam, por exemplo, o uso da palavra “droga” usada como tradução de “damn” ou “shit” (“merda” nem por sonho), pois podia remeter a “drogas” (“drugs”), e cortavam a cena inteira, o que obrigava a remarcar o rolo a partir daquele corte.
“Calígula”, por exemplo, eu tive que marcar quatro vezes! A marcação, ou pietagem, consistia em anotar o número (que aparecia no marcador em pés da moviola) no início e no fim de cada legenda. Essa marcação servia também para o tradutor saber qual deveria ser o tamanho da legenda para que houvesse tempo de leitura da mesma.
Algumas décadas se passaram, passamos da máquina de escrever manual, à elétrica, e depois ao computador. Os filmes passaram há uns três ou quatro anos, a ser todos digitais. Os filmes que eram vistos em cabines, passaram a ser entregues ao tradutor em VHS (é só dar um Google para saber que bicho é esse!), depois DVD, blu-ray, pendrives. Hoje em dia, ou você recebe o link para baixar o filme, ou então você recebe um aviso de que determinado filme está disponível para você. E então, você já recebe a imagem, o template com as legendas na língua original e um template em branco para fazer a tradução, já indicando de que tamanho deve ser a legenda, que tende atualmente a ser mais curta. (Ou seja, um trabalhinho mental a mais, pois você tem que dar ideia do que está sendo dito com menos palavras!)
Os roteiros agora costumam estar completos e, por vezes, com explicação de determinadas palavras ou expressões. E a imensa quantidade de dicionários digitais e sites de pesquisa nos permitiu aposentar os vários dicionários, que iam sendo substituídos por novos, ou por terem se tornado obsoletos ou por já terem perdido várias folhas por excesso de uso. Para nos adaptarmos às novas tecnologias, de vez em quando temos que fazer alguns treinamentos. Às vezes, confesso, dá preguiça de ter que aprender algo novo, mas depois de dominada a nova técnica, a sensação é de satisfação, e normalmente o trabalho torna-se um pouco mais ágil.
Foram tantas e tantas mudanças através das décadas, mas o que não muda é o aprendizado a cada filme traduzido. Não só em termos de aprender novos vocábulos e expressões, mas de viver diferentes experiências com cada personagem, formar opiniões a respeito de determinados fatos e descobrir suas opiniões com relação a certos temas, antes desconhecidas até por você. E conseguir transmitir para os espectadores a ideia de cada frase, já que geralmente não existe um tempo de leitura suficiente para traduzir tudo que é dito, dá uma sensação de missão cumprida.
Inventar trocadilhos onde a tradução literal tiraria a graça de determinada legenda é outro desafio. E algumas traduções de termos ou expressões que fizemos e não nos satisfizeram nos perseguem no banho, na refeição, no supermercado, até que encontremos uma que nos convença. Além das pesquisas habituais, às vezes temos que ler livros nos quais certos filmes se baseiam, para que sejam mantidos os nomes dos personagens, locais, determinadas expressões características, etc. Foi assim, por exemplo, com os oito filmes “Harry Potter”. Para traduzi-los, li os sete livros, mantendo assim os nomes dos personagens, das casas, dos feitiços, dos lugares, etc., para não frustrar os fãs, muitos dos quais sabiam cada nome contido no livro de cor. O mesmo aconteceu com outras franquias como “O Senhor dos Anéis”, “O Hobbit”, e os filmes de super-heróis: “Batman”, “Mulher-Maravilha”, “Esquadrão Suicida”, “Liga da Justiça”, entre tantos outros. Os fãs dos quadrinhos não perdoam um mínimo deslize! Assim como os das franquias para adolescentes, como “Divergente”, “Crepúsculo”, etc., além de filmes baseados em livros famosos, como “O Pequeno Príncipe”, “A Cabana”, “O Nome da Rosa”.
E assim, depois de mais de 1.500 filmes traduzidos, continuam iguais o entusiasmo pela profissão, pelo aprendizado a cada filme, a sensação de satisfação ao final de cada trabalho concluído, principalmente os que requerem maior esforço, e a alegria ao ver reconhecido o valor do próprio trabalho.
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Marina Fragano Baird formou-se em Letras na USP e começou a traduzir para cinema aos 18 anos. Com mais de 40 anos de carreira, tem uma lista invejável de mais de 1500 filmes traduzidos. Viajou boa parte do mundo atrás de renovação mental, espiritual, corporal e, sobretudo, cultural para seguir traduzindo. Pioneira na pietagem de filmes 35 mm, aprendeu sobre marcação na antiga Labocine do Rio de Janeiro e seguiu marcando filmes até que todos os cinemas brasileiros estivessem digitalizados. Uma referência na tradução para cinema, com a qualidade que estabeleceu padrões no mercado, e ícone para fãs brasileiros das maiores franquias culturais do planeta.