Car@s colegas,
Voltamos hoje com a programação normal de quinta-feira, depois do pequeno bug que nos fez perder a mão no calendário das últimas duas semanas! Procuramos da melhor forma nos redimir com um post no último domingo. Se você ainda não leu, clique aqui.
Anyways, vida que segue né, amoras? Esta semana, chegamos chegando com uma dobradinha nas estreias: um nacional e um internacional; um documentário e uma ficção; uma protagonista mulher e um protagonista homem. Affe, diz aí: é muita versatilidade, né não?
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Depois de um longo trajeto (o documentário concorreu no festival É Tudo Verdade, passou pelo Festival do Rio e pela Mostra de SP), o filme “Maria – Não se Esqueça que Eu Venho dos Trópicos” finalmente chega ao circuito cult nacional. A produção é uma visão geral sobre a carreira e vida pessoal da artista brasileira Maria Martins, pouco conhecida no próprio país, mas um expoente internacional no mundo das artes. Para simplificar, a mulher era um lacre sem fim. No começo do século passado, ela se divorciou de um homem poderoso, casou de novo, virou escultora, teve ateliê em NY, onde reunia a nata da arte mundial, tinha um casamento aberto e teve um romance com Marcel Duchamp, tendo sido uma grande influenciadora da arte dele (e não o contrário, valeu, críticos machistas do universo?). Assista ao trailer:
A obra de Maria Martins foi uma parte importante do nosso surrealismo, e se conectava com a sexualidade humana em vários níveis. Em sua crítica ao filme, Leonardo Ribeiro aponta: “Se valendo de um vasto acervo de imagens dos trabalhos, cartas, vídeos e fotografias particulares, o longa transmite com eficácia o olhar instigante e o desejo de subversão da protagonista, externado através da exploração do corpo humano (…).” Em tempos de reacionarismo quase medieval na nossa sociedade, em que a nudez e a relação orgânica com o corpo nu têm sido colocadas em foco como algo problemático, entrar em contato com a obra de Maria pode ser um sopro de ar fresco. Leia a crítica na íntegra aqui.
A produção é falada em português e inglês, e ganhou legendas by LBM nas duas línguas para ser exibido internacionalmente e agora por aqui, em salas selecionadas.
Hoje também, a Diamond Films traz para as telonas “Uma Razão Para Viver”. O drama no estilo cinematográfico britânico num estilo mais clássico foi dirigido por Andy Serkis, responsável pela caracterização de personagens épicos como a criatura Gollum (“O Senhor dos Anéis”) e o macaco César (“Planeta dos Macacos”). É no mínimo surpreendente que alguém associado a criações tão futuristas tenha dado início à sua carreira de diretor com um filme tão conservador, ainda retratando a trajetória de um homem que fica tetraplégico por causa da polio. Ou seja: zero movimento! 😨
O fato obviamente não passou despercebido por nenhum crítico. Dessa vez, no entanto, preferimos focar na reação do coração. Trouxemos para vocês o vídeo do canal The Reel Rejects, com o pessoal reagindo ao trailer em tempo real e fazendo comentários interessantes sobre Andrew Garfield! Sem spoilers, em inglês.
Aqui para os lados do ratinho, a novidade ficou por conta da assinatura: pela primeira vez, um colaborador nosso pôde assinar sua tradução junto ao crédito da LBM. A estreia da nova política nos deixa muito contentes e esperamos que traga satisfação e bons frutos para nossos colaboradores também! Para marcar a ocasião, convidamos a tradutora do filme, Samantha Silveira, para dividir conosco um pouco da experiência dela:
O filme tem um pano de fundo histórico, da época em que o Quênia era uma colônia britânica, mas o foco é a história pessoal do casal central. Apesar da gravidade da doença, os personagens são bem-humorados. Isso ajudou na tradução! Claro que, por ser um filme de época, foi preciso tomar cuidado com o registro, mas a linguagem dos diálogos era irreverente. A parte mais complicada foi a terminologia relativa ao cuidado médico, mas não era um jargão maçante que pesava no filme. Além disso, a fotografia é linda, e isso trazia leveza pra um tema tão complicado.
Parece que alguém gostou do filme!
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Assim acaba mais uma edição do LBM em cartaz! Gostou ou amou? Deixe seus comentários e até semana que vem 😉