Guia de sobrevivência ao home office

Galera da quarentena,

Hoje nosso blog foi remotamente sequestrado por nosso novo tradutor e gerente de projetos, Guilherme Gama – ou só Gama, para os mais íntimos (saiba mais sobre nossa equipe clicando aqui)!

Deixo a introdução para ele, que já chegou trabalhado na relevância, dando informações valiosas para quem está tendo que encarar o home office de improviso nesses tempos aventurescos de coronavírus.

Vamos lá?

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Alô internautas e internautos de todo o Brasil e afora, e sejam bem-vindos ao nosso terceiro artigo da série A LBM, a pandemia e você. O assunto de hoje é home office (ou teletrabalho, ou “teletrampo”, como tenho lido em alguns círculos). Antes mesmo da COVID-19 tomar o mundo de sobressalto, a parcela da população que trabalha de casa já estava em alta no Brasil e agora, em tempos de crise de saúde pública e inúmeros apelos para que a população #FiqueEmCasa, não é de se espantar que um grande número de empresas peça para que seus colaboradores, bem, fiquem em casa.

Aqui na LBM, entretanto, home office não é nenhuma novidade. O ratinho já trabalha remotamente – cada um na sua toca – há muito tempo, sempre fazendo nossas entregas com a qualidade, a pontualidade e o carinho com que nossos clientes estão acostumados. E já que estamos nessa há algum tempo, agora ficamos como os Ewoks em “O Retorno de Jedi” acolhendo os recém-chegados e distribuindo colares. Pois é. Vocês agora são parte da tribo.

Sem mais delongas, aqui vão algumas dicas essenciais a quem quer mergulhar de cabeça no home office (pode descer a escadinha da piscina se preferir), em ordem de dificuldade:

1. Talvez conectar o computador à internet com um cabo de rede

Isso não é bem uma política da LBM. É mais uma recomendação minha para você que está lendo aqui, especialmente se precisar fazer muitas reuniões com vídeo.

Wi-Fi é uma tecnologia incrível, mas ainda tem suas limitações. Se as suas chamadas de vídeo estão parecendo mais aqueles depoimentos de imagem borrada dos noticiários policiais, talvez seja hora de instalar um cabo Ethernet. Dá pra comprar por metro na internet e é de fácil instalação (basta plugar uma ponta no seu roteador e outra no seu PC e voilà!). Quando seus colegas te perguntarem: “Uau! Como você faz para seu vídeo ficar com uma qualidade tão incrível?”, você pode quebrar a quarta parede e dar uma piscadela para a câmera, no melhor estilo de comerciais de TV dos anos 50.

“Dr. Strangelove, ou Como Eu Aprendi a Amar o Cabo Ethernet”

2. Centralizar toda a comunicação interna em um lugar só

Uma das inovações que fizeram o maior sucesso aqui dentro da LBM foi a adoção de uma plataforma de comunicação. Aqui a gente optou pelo Slack, mas existe um número grande de equivalentes no mercado (Hangouts Chat, Chanty, Microsoft Teams, Rocket.Chat etc.), para equipes de todos os tamanhos e com necessidades diferentes.

O conceito é simples: Em vez de ficar navegando um labirinto de e-mails, mensagens de WhatsApp, anexos e lembranças vagas de ligações telefônicas, toda a comunicação interna da equipe passa por um lugar só. A maior parte dessas plataformas permite criar canais públicos ou privados para projetos, conversas diretas e trocas de arquivos entre usuários, além de oferecer integrações com outra plataformas e serviços.

Tudo isso diminui bastante a carga de e-mails (que ficam restritos à comunicação externa) e evita aquelas situações desagradáveis de ir buscar uma mensagem enviada em agosto do ano passado para descobrir qual o prazo combinado para a etapa X do job Y, e antes que você se dê conta, você está como o Jack Nicholson em “Questão de Honra” gritando “You can’t handle the truth!”

Não vai ser dessa vez, Tom Cruise de 1992: Basta procurar dentro do canal específico do projeto, e todas as informações estarão lá.

3. …mas ter um lugar para a equipe jogar conversa fora

Parte do que torna nosso trabalho tão especial são as excelentes relações com clientes e também entre membros da equipe. Home office é prático e conveniente, mas não tem hora do cafezinho e nem bate-papo no almoço. Nem happy hour. Nem quinta-feira de trazer cupcakes. Interessante como nossas atividades sociais todas giram em volta de comida e bebida.

De qualquer modo, um espaço para bate-papo geral, sem tocar em assuntos de trabalho, é importante para uma equipe que quase nunca tem contato presencial. O Slack tem, por padrão, um canal especificamente par isso, o #random, mas como nem todos os LBMers estão no Slack, resolvemos transferir o conceito para o WhatsApp, criando um grupo chamado… #random.

Pra ser justo, uns 90% da comunicação no grupo tem sido na forma de GIFs, vídeos e fotos de gatos, cachorros e outros bichanos que encontramos pela internet. Mas ao longo da semana, às vezes é tudo isso que precisamos para manter o astral lá em cima – especialmente numa época como essa.

Um dia normal no #random

4. Autocuidado

Pois é. Eu avisei que a lista seria em ordem de dificuldade. A peça mais importante do home office é a pessoa que o ocupa. E cada pessoa é um microcosmo que inclui personalidade, experiência de vida, relações pessoais e um sem-número de outras circunstâncias.

No meu caso específico, estou chegando perto dos 40 e, portanto, a adaptação ao home office passou por uma adequação do espaço de trabalho: cadeira, teclado e mouse ergonômicos, monitor de tamanho adequado e ajustado corretamente para não forçar a vista, fones de ouvido à altura do material que recebo.

Passou também por respeitar meus limites, saber que não vou resolver todos os problemas em um dia só, e que tirar uns 10 minutos em silêncio na sacada pode fazer uma baita diferença na produtividade do resto do dia.

E finalmente, passou por aprender a desligar a cabeça quando o dia ou a semana termina e dar atenção a todas as outras coisas, pessoas, bichos e plantinhas no parapeito da janela que precisam dela.

Mas isso sou eu. Você que está lendo pode ter circunstâncias totalmente diferentes, e minha mensagem final aqui é que, caso não tenha já feito isso, você encontre o que funciona para você e seu home office. E para as suas plantinhas.

Como o blog é de cinema, termino com uma cena que me marcou muito na infância, em “Indiana Jones e a Última Cruzada”, quando o arqueólogo-título cruza o último abismo que o separa do Cálice Sagrado que trará vida a seu velho pai. Sejamos como o Dr. Jones (o filho, não o pai): atravessemos o abismo um passo tranquilo de cada vez.

Indiana Jones e os Caçadores do Equilíbrio Vida Pessoal/Vida Profissional

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A pandemia e o futuro do cinema

Caros quarentenados e quarentenadas,

A pandemia chegou causando maremoto, e o barco do cinema virou. Com as salas todas fechadas por tempo indeterminado, resta a todos nós da indústria discutir não só como sairmos dessa vivos, mas também melhores.

Com esse intuito, na última quarta, dia 1, aconteceu um webinário organizado pelo Portal do Exibidor, em que os especialistas de mercado Paulo Pereira (Desbrava) e Luiz Morau (Quanta), com mediação de Marcelo Lima (Tonks), compartilharam seus insights e opiniões sobre o momento que o cinema está passando por conta do COVID-19.

Como prestadores de serviços dessa indústria, nós aqui da LBM acompanhamos a discussão e trazemos hoje neste post um resumo do que consideramos mais interessante e relevante, além da nossa própria contribuição.

Não deixem de comentar; o momento pede comunicação e conexão mais do que nunca.

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Que experiência o cinema nos proporciona hoje, e qual experiência gostaríamos de ter no cinema daqui para frente? Esse foi o fio condutor do bate-papo que, em tom otimista, classificou o cenário pandêmico como uma oportunidade para a indústria. Sem muitos rodeios, os especialistas deixaram claro que os players do cinema que não entenderem que o momento é de disrupção — ainda que forçada — terão sérias dificuldades em sobreviver.

Seria simplesmente por conta de um gosto limitado do público que as salas de cinema há anos estão dominadas por blockbusters internacionais, preterindo conteúdos de pequeno e médio porte, documentários e filmes nacionais? A quantidade e variedade das produções consumidas nos streamings parecem mostram o contrário. A hora é de dar alguns passos para trás e repensar como o cinema vem se relacionando com o modo de vida das pessoas. Será que exibidores e distribuidoras têm estudado seu público adequadamente, fazendo uso da abundante quantidade de dados disponíveis sobre comportamento de consumo de conteúdos?

Tristezas e dificuldades à parte, a quarentena já provou que o mundo inteiro está ressignificando sua convivência social. Da mesma forma que há alguns anos a Netflix começou a revolucionar a forma como consumimos audiovisual, estamos vendo que é possível explorar todo tipo de contato remotamente, desde reuniões de trabalho até festas de aniversário por Skype. E isso dá aos eventos presenciais outra conotação, pois passamos a entender que não é preciso estarmos juntos para estarmos juntos. Então, para nos darmos ao trabalho de sair de casa, esperamos ter uma experiência relevante pela frente.

Há anos que a experiência que o cinema proporciona é aquela de assistir a um filme, geralmente inédito, numa tela gigante, comendo pipoca. E isso diz muito sobre o papel soberano que a programação tem sobre a manutenção dos cinemas: os filmes devem ser cada vez maiores, mais cheios de efeitos, mais celebrados (e mais escondidos a sete chaves). Mas com a quantidade de opções que temos, não só para o audiovisual, mas para nosso lazer como um todo, será que o investimento (alto) do ingresso está justificado?

A última vez que tive um momento mágico no cinema foi quando, em Los Angeles, fui ao Rooftop Cinema Club. Esse cinema, como sugere o nome, fica no rooftop entre duas torres comerciais; sua tela é a lateral de um dos prédios. A programação é de filmes icônicos; as cadeiras são de praia. São dados fones, cobertores quentinhos e a pipoca é refil por um preço razoável. O lugar é decorado sem exageros com temática cinematográfica, e a vista é de tirar o fôlego. Na ocasião, assisti a “Os Bons Companheiros”, um filme que poderia ter visto em casa, mas sem aquela experiência arrebatadora.

Sim, isso é um cinema!

Então, como os especialistas apontaram no webinário, as empresas devem aproveitar a impossibilidade de operar para fazer renovações e reformas, investir em inovação e tecnologia, voltar diferente. Mas é preciso fazer isso olhando para as pessoas: o espaço online e físico e a programação trazem mais possibilidades de público do que o óbvio que temos visto.

É hora de levar as escolas ao cinema para assistir a documentários transformadores; é hora de exibir conteúdos alternativos de qualidade para diversificar o público; é hora de tornar o espaço online e físico dos cinemas 100% acessível para as pessoas com deficiência, viabilizando a sua ida ao cinema, desde a escolha do filme no site até a compra do ingresso na bilheteria. Quem sabe assim todos os closed captions, as audiodescrições e janelas de Libras que temos produzidos nos últimos anos, que ficam lá nos DCPs sem uso, possam ser desfrutados por quem quer e precisa delas!

Por aqui, temos uma esperança: que os cinemas fiquem vazios por alguns meses para que estejam mais lotados do que nunca nos próximos anos.

Homiauffice

Em tempos de coronavírus, trabalhar de casa surgiu como uma solução para muitos.

Aqui na LBM, mais de 60% da nossa equipe já trabalha remotamente há alguns anos. Nossas comunicações diárias, entre reuniões e discussões de projetos, incluem notas anedotais sobre o que nossos bichinhos de estimação andam aprontando enquanto tentamos nos concentrar no trabalho.

No post de hoje, nossa tradutora e coordenadora de projetos Paula Barreto descreve com detalhes como é a rotina trabalhando com três gatinhas em casa. Façam suas apostas: os bichanos mais ajudam ou atrapalham?

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Você acorda com os miados incessantes e cheios de drama abafados pela porta fechada do quarto. Pela força e intensidade dos miados, você sabe que as gatas estão clamando por comida – como se não comessem há três dias, e não há apenas algumas horas. Você pensa que, bem, elas têm que trabalhar essa ansiedade delas.

Você segue com seu ritual matinal de escovar os dentes, lavar o rosto etc, até estar pronta para receber uma enxurrada de pelos na cara. Não dá outra: é só abrir a porta que as três entram disparadas no quarto, feito foguete, e sobem na cama. Dali, ficam te olhando e miando, como se dissessem: “Qual é, ser humano? Cadê o rango? Quer matar a gente de fome?” Porque sim, gatos são muito dramáticos. Se houvesse um prêmio no reino animal para o bicho mais dramático, os gatos levariam essa mole, mole.

Dia 1 no diário de um gato: “Logo de cara, a humana tentou me matar de fome, mas eu sobrevivi.”

Bom, você sai do quarto, e no caminho até a cozinha, onde ficam os famigerados potinhos de ração, você mal consegue andar – são três gatas desesperadas por comida se embolando no meio das suas pernas. Cada passo precisa ser minimamente calculado para que não se pise num rabinho e – terror dos terrores – se ouça um miadinho de dor. Quem não tem bichinho jamais saberá a dor que é pisar sem querer nele! Você se sente o pior ser humano da Terra, um Hitler reencarnado, o próprio Pennywise em forma humana.

Uma boa organização envolve a adequada distribuição de gatos.

Quando sua missão de colocar ração fresquinha no potinho é bem-sucedida, você finalmente pode começar seu dia de trabalho. Trabalhar de casa com gatos é assim: você trabalha 20 minutos, para para deitar um pouco com a gatinha; trabalha mais 30 minutos, vai fazer um carinho na gatinha deitada no tapete (no sofá não pode!)… Trabalha, faz carinho, trabalha mais um pouco, faz carinho. Às vezes, se a gatinha é grudadinha com você, ela deita perto do seu laptop para te fazer companhia. Bem, isso se você for sortudo, porque se não for, a gata vai deitar… bem, em cima do laptop ou então em cima do mouse. E você que lute para digitar, usar o mouse e enxergar a tela sem incomodar o pobre do bichinho que tem uma vida muito dura de tirar vários cochilos por dia. Mas não tem sensação tão boa quanto trabalhar olhando para a sua gatinha enroladinha feito rocambole perto de você, dormindo feito um anjinho (quando acorda tá mais para anjo caído, tipo Lúcifer mesmo). Como mães de recém-nascidos, você aprecia profundamente toda aquela calma e tranquilidade, porque sabe que vai durar pouco, e quando o bicho acordar…Caos! Destruição! Apocalipse!

Eis que chega sua hora de almoço. Cada gatinha está em um cômodo diferente da casa, mas é só sentir o cheirinho da comida que as três vêm correndo e se postam diante de você, fazendo a maior carinha de gatinho do Shrek e passando toda inocência do mundo com o olhar. “Mas eu já como tão pouquinho no almoço…”, você pensa. Problema é seu! Não tem como ignorar os olhares pidões e os beicinhos sendo lambidos. Você se sente moralmente obrigada a dar um pedacinho do seu frango para cada uma das gatinhas. E pronto, agora é só terminar o almoço encarando diretamente a parede, sem olhar para baixo, sem fazer contato visual. E quando a sobremesa é iogurte? As gatas ficam loucas, ensandecidas. Chegam a cair na porrada por uma mísera gotinha de iogurte grego. Quando você larga o potinho vazio para elas lamberem, é praticamente uma luta de UFC entre as três.

“Que prato gostoso você preparou pra mim, mamain.”

Passado o almoço, você volta a trabalhar e tudo se repete. Às vezes as gatas estão correndo para lá e para cá feito loucas e você fica só ouvindo o barulho e se encolhendo, torcendo para não quebrarem nada (o que nem sempre funciona.). Às vezes elas pulam no seu colo e ficam ali deitadinhas no quentinho da sua coxa enquanto você trabalha, e esses momentos são como estar no paraíso (brega, eu sei, mas totalmente verdadeiro.). Às vezes, quando o dia está muito cheio e cansativo, você para por cinco minutos e deita na cama com as três, se tiver sorte de elas estarem coexistindo em paz por alguns minutos. E sempre com a certeza de que trabalhar de casa seria muito mais solitário sem suas fiéis companheiras.

Fazer home office é muito bom, mas como tudo na vida, também tem suas desvantagens. Você se sente sozinho, sem ter com quem conversar, sem ver o rosto de outra pessoa, sem interagir pessoalmente com ninguém. Tem dias em que você arruma qualquer desculpa para ir na rua e trocar um mísero “boa tarde” com quem quer que seja. Não é fácil, mas ter esses bichinhos ao seu lado torna tudo muito mais fácil e divertido. Ter três seres puros e inocentes (menos o tal anjo caído que já mencionei acima) a quem dar um pouco de amor, atenção e carinho sem dúvida é a melhor parte de trabalhar de casa – e você não trocaria isso por nada no mundo.

<3

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