Dia da fotografia: um relato

No dia da fotografia, nosso supervisor de pós e fotógrafo apaixonado Ivan M. Franco traz sua visão íntima dessa arte; um breve testemunho que é também uma declaração de amor.

Ivan e Ligia em projeto fotográfico na Pinacoteca de SP.

Cuidem bem de seus registros. Boa leitura!

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“Entendeu ou quer que eu desenhe?”

Essa frase não tem só sarcasmo embutido: ela imprime nosso desejo de expressar ideias. Às vezes, essas ideias são tão abstratas que, mesmo desenhando, não explicamos o que se passa em nossa cabeça.

Um estudo recente conecta os desenhos das cavernas com o início da linguagem. No estudo, os desenhos de animais, por exemplo, eram muito mais representações do tipo de som que reverberava no ambiente – um bisão ecoava grave em paredes úmidas, em um ruído rasgado e extenso – do que necessariamente um animal da região.

Desde então, toda forma de expressão foi transformada em linguagem e em arte. Provavelmente não existe diferença alguma. Matemática pode ser, talvez, a mais bela das artes. Não posso atestar por ninguém. Mas, para mim, uma das mais fascinantes é a fotografia.

Como se cálculos não fossem usados para enquadramentos, né?

“Um desenho pode ser extremamente realista. Porém, uma fotografia é mais fiel à realidade…” É com uma mentira dessas que a gente deixa de compreender todas as camadas tanto das artes, quanto da linguagem.

É fato que, se apontarmos uma câmera para uma pessoa e tirarmos uma foto, o retrato é daquela pessoa. Mas quanto daquilo é “real”? “Há um ilusionismo legítimo que constitui a base para o verdadeiro realismo” (Ismail Xavier, O Discurso Cinematográfico – A Opacidade e a Transparência). Uma foto em preto e branco já não reflete uma parte da realidade como a enxergamos; uma pose para uma foto é uma atuação para a captura de imagem; um enquadramento pode incluir ou excluir o que consideramos importante para certa realidade. A fotografia é usada para registros documentais, evidências em processos jurídicos, atestados de privilégios em postagens do Instagram e citações diretas em notas de suicídio.

O que está em uma foto é uma escolha!

A fotografia é um momento em perpétuo. Ainda mais hoje, em que qualquer imagem colocada na internet estará lá reservada para todas as futuras gerações que tiverem acesso à informação. Pode não ser para todos mas, para uma boa parte, rastrear a origem de uma imagem não é um trabalho investigativo hercúleo. E uma fotografia é uma viagem no tempo.

“Homem saltando uma poça” – Henri Cartier-Bresson

Um tanto já foi dito sobre a fotografia. Outro tanto já foi feito. O que falta? Não sei. Mas talvez a busca seja o que me motiva a fotografar.

Este texto é uma homenagem a Kevin Carter e a outras pessoas que vivem (e morrem) pela fotografia.

“O abutre e a menina” – Kevin Carter

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Para conhecer o trabalho fotográfico do Ivan, acesse seu insta!

Tradução e interpretação do francês

Caro, caras e cares,

No mês de julho, realizamos uma live mara com nosso amigo e colaborador Lucas Cureau. Ele, que fez seus estudos universitários na França, incluindo graduação, pós-graduação e mestrado, tornou-se tradutor em 2009 legendando filmes. Hoje, além de traduzir, atua como intérprete na área de cooperação internacional em Brasília, trabalho que o levou a diversos cantos do mundo, em especial ao continente africano. Marrocos, Argélia, Burundi, República do Congo, Etiópia, Mali, Ruanda, Quênia, Benim e África do Sul são alguns dos países que esse intérprete globetrotter já visitou em missões!

Aqui com a LBM, Lucas já traduziu e verteu diversos materiais, entre filmes, peças publicitárias e locuções originais. Dentre os trabalhos de maior destaque estão a versão para francês da animação “Tito e os Pássaros” e a tradução para português do longa ainda inédito “A Verdade”.

Durante a live, Lucas nos contou sobre sua trajetória e algumas coisas que considera importantes para a atuação na área de tradução e interpretação nos seus pares linguísticos. E nós, que não somos bobos nem nada, trouxemos as partes mais interessantes para vocês!

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1) INTERPRETAÇÃO DE GUERRILHA

Ao retornar ao Brasil após seus estudos na França, Lucas foi contratado por uma embaixada em Brasília e passou a interpretar com bastante frequência em missões diplomáticas. Hoje, seu trabalho é focado na cooperação técnica brasileira, ou seja, ele se dedica a 1) traduzir qualquer documentação relacionada à cooperação técnica, como manuais, projetos e correspondências; 2) interpretar principalmente reuniões políticas de comitês gestores de projetos e sessões de capacitação técnica em missões internacionais.

Com as experiências acumuladas nessas andanças, Lucas cunhou o termo “interpretação de guerrilha”, que ele usa para designar a interpretação feita em condições adversas, frequentemente no campo. Segundo ele, é uma interpretação feita “sem aguinha na cabine”, e muitas vezes sem cabine também! Imagine interpretar um professor brasileiro treinando agricultores africanos francófonos com o vento batendo, pessoas caminhando em direções diversas e falando ao mesmo tempo. Talvez adicione a esse cenário um equipamento de interpretação desatualizado, que não funciona nada bem!

Lucas interpretando sobre tanques-rede à margem do Rio Níger.
Inveja, sim ou sim?

O segredo para a interpretação de guerrilha é um alto grau de reatividade e o foco em viabilizar a comunicação em todos os momentos, independentemente das condições. Citando o próprio Lucas, até a situação boa de interpretação surgir, o ínterim tem que ser interpretado de qualquer jeito. E atenção: esse modo de trabalho pode ser viciante! Apesar do longo background interpretando o alto escalão político, Lucas não dispensa uma guerrilha por nada: a realização profissional de passar conteúdo que vai transformar a vida das pessoas é insuperável.

2) ÉTICA PROFISSIONAL

Durante a live, ouvimos não só do Lucas, mas também de espectadores, que a questão da ética tem sido bastante discutida entre profissionais e acadêmicos da nossa área.

A verdade é que o profissionalismo no mundo da tradução e interpretação tem várias facetas. De forma mais ampla, é preciso valorizar e respeitar a profissão, para que a noção deletéria de que traduzir e interpretar é “bico” seja cada vez menos prevalente. E a principal parte da profissão são justamente as pessoas.

Na nossa área, temos ainda um longo caminho a percorrer em direção à colegialidade que fortalece as profissões. Vemos profissionais experientes culpando iniciantes por diversas falhas do mercado, quando, na verdade, somos nós com experiência que encaminhamos as melhores práticas e damos o exemplo. A ética passa pela troca e aprendizado entre profissionais; pela crença de que não se ganha nada “fritando o coleguinha”, como colocou Lucas.

Os deputados franceses Patrice Anato e Danièle Obono visitam a Câmara dos Deputados com acompanhamento de Lucas. Respira fundo e vai!

Partindo para a postura profissional do intérprete em campo, vemos a importância de manter o emocional sob controle e não levar nada para o lado pessoal. Dentre situações tensas, Lucas relatou que já precisou interpretar uma autoridade estrangeira cobrando uma dívida do Brasil e uma vice-ministra que desconfiava do que ele dizia, fazendo cara feia e correções desnecessárias (o que pode ocorrer quando o interpretado conhece a língua de chegada). Torta de climão!

3) FRANCOFONIA

A diversidade de sotaques e variantes não é uma dificuldade exclusiva de quem trabalha com língua francesa. Então o que a francofonia apresenta de peculiar para quem traduz e interpreta?

Lucas nos conta que o francês da capital é extremamente apegado à norma culta e considera-se o único francês “correto”. Aparentemente, o questionamento à norma culta não foi interiorizado pela elite cultural, e o apego à suposta excepcionalidade do francês padrão segue forte. É frequente que, ao escorregar no francês padrão conversando na França, você ouça em resposta: “Isso não é francês.”

Essa rigidez tem algumas implicações. Para a tradução escrita, que se vale principalmente do francês padrão, há um empobrecimento da língua e suas possibilidades. O francês falado no Canadá, por exemplo, apresenta soluções de tradução bastante diferentes e, muitas vezes, mais criativas. Já para o intérprete, que precisa variar mais o registro para contemplar a audiência, é necessária muita cautela para escolher o registro certo no contexto certo.

Lucas acompanha uma delegação de congoleses na Universidade Federal de Lavras, para um projeto de agroecologia. Vai, mundo!

O francês falado nos países africanos, além de apresentar profunda influência das línguas locais, não raro é marcado por uma variedade datada do francês padrão. Somente por esses dois traços, já é possível imaginar línguas completamente diferentes da imposta pelo colonialismo, com toda a riqueza cultural agregada. Em suas passagens pelo Benim, Lucas aprendeu que os falantes locais se despedem nos eventos dizendo Merci pour votre aimable attention (“Obrigado por sua amável atenção”), um jeito totalmente próprio (e simpático) de se comunicar. Ainda no Benim, o posto de gasolina se chama essencerie, algo como “gasolinaria”, sendo, em realidade, uma barraquinha com galões de gasolina dispostos. Conhecer a variedade a fundo, com seus detalhes até poéticos, é o que permite uma interpretação sensível e bem-sucedida.

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Foi um prazer imenso conhecer melhor a trajetória do Lucas e as particularidades do francês no âmbito da tradução e interpretação. Para assistir à live, acesse nosso insta.

Conheça melhor também nossos serviços de tradução e legendagem!

Legendagem de materiais sensíveis

Caros e caras,

No mês de junho, quando é celebrado o orgulho LGBTQ+, tivemos o prazer e a honra de receber um convidado especial para uma live no nosso Insta. Jairo Sarfati recentemente defendeu sua tese de mestrado sobre a legendagem da série RuPaul’s Drag Race (RPDR) feita por fãs, um material considerado sensível, e contou pra gente alguns pontos importantes dessa pesquisa.

Então, agora, convido a todos a deixarem o mimimi na porta e entrarem nesse universo delicado, porém esclarecedor, que é traduzir materiais sensíveis, retomando os destaques da nossa live. Com a visibilidade cada vez maior das lutas sociais, é nossa obrigação entender e aplicar esse conhecimento e respeito ao nosso ofício.

Vai lá e arrasa, bicha.

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O que são materiais sensíveis?

Como nos explicou Jairo, a sensibilidade textual é um conceito historicamente criado e aplicado aos textos sagrados. Traduzir textos religiosos significa afetar crenças, valores e tradições de uma sociedade, com impacto direto na sua cultura e ideologia. Hoje, com a ascensão das lutas sociais de grupos minoritários, entendemos que essa mesma noção de sensibilidade se estende a materiais que trazem tópicos que podem afetar como esses grupos são percebidos.

É interessante notar que a sensibilidade do material não é intrínseca a ele e tem correlação direta com o público que o recebe. Um bom exemplo está na análise da Declaração de Pequim, cuja tradução foi estudada na tese de mestrado da Ana Luisa Treichel como material sensível. Ela diz que “a Declaração de Pequim, ao tratar da promoção e defesa dos direitos das mulheres, acaba tocando em um tópico sensível para muitas nações: a posição da mulher na sociedade, o reconhecimento de seus direitos, a necessidade de sua proteção contra a violência e a crença, majoritariamente fundamentada na religião, de que mulheres são inferiores aos homens e, portanto, devem ser submissas a eles. Ao defender a igualdade entre os sexos, a Declaração de Pequim está inevitavelmente entrando em choque com essa crença. É justamente nesse ponto que reside a sensibilidade desse texto, pois ele mobiliza as crenças individuais” (pg 44).

Assim, em nações onde os direitos das mulheres é bem estabelecido, a sensibilidade do texto é menor. Já onde a defesa da igualdade é tabu, a sensibilidade do texto é altíssima.

“Eu compreendo.”

Por que RPDR é considerado um material sensível?

RuPaul’s Drag Race é um reality show de competição estadunidense, em que drag queens competem pelo título de Next Drag Superstar (Próxima Superestrela Drag). Durante algumas semanas, elas demonstram habilidades diversas, como canto, dança, comédia e costura, lideradas por RuPaul, a drag queen mais rica, famosa e influente da atualidade.

A percepção de que RPDR era um material sensível veio para Jairo durante o desenvolvimento da sua pesquisa. Ao analisar as unidades línguísticas, ele percebeu que um grande cuidado era necessário para traduzir o conteúdo sem ferir o movimento LGBTQ+. Esse cuidado é especialmente importante pois o programa é hoje considerado mainstream, tendo sido abraçado com devoção por diversas audiências além da comunidade LGBTQ+.

Um exemplo disso foi a escolha dos pronomes da legendagem. Quem assiste RPDR sabe que os episódios intercalam as aparições dos participantes em drag e sem drag. Na temporada estudada, Jairo identificou que os pronomes masculinos eram usados para as aparições sem drag, e os femininos para as aparições em drag. No entanto, havendo uma participante trans, o pronome feminino era empregado todas as vezes. Ponto pros fãs!

Por outro lado, a legendagem da primeira temporada da série na Netflix, na época do lançamento, traduzia “drag” como “travesti”, o que é uma grande bola fora. Tamanha é a confusão com os termos, que Jairo dedicou uma seção inteira da sua tese a definir termos como “drag”, “travesti” e “trans”. Felizmente, a Netflix revisa a tradução de seu conteúdo a cada 6 meses com base nas críticas dos fãs, e hoje a tradução é feita com muito mais cuidado. Ponto pra Netflix!

“Que orgulho de você.”

Como garantir que a tradução de um material sensível está adequada?

E agora? Héteros podem traduzir conteúdo LGBTQ+? Pessoas brancas podem traduzir conteúdo sobre pessoas não-brancas? Homens podem traduzir conteúdo feminista?

Jairo nos garantiu que tradução e legendagem podem sim ser feitas por pessoas que não integram uma determinada luta, porém todo cuidado é pouco. Muita pesquisa se faz necessária, e é imprescindível procurar deixar pré-concepções de lado, para que isso não afete o julgamento em relação à linguagem.

Sempre que possível, contar com o auxílio de alguém de dentro da luta é o melhor caminho. A consultoria de alguém que entende do movimento vai legitimar as escolhas e garantir não somente um texto respeitoso em relação à comunidade, mas também um que cumpra a função de levar para a sociedade em geral a percepção correta do grupo retratado.

A LBM fornece consultoria para materiais sensíveis através do serviço de leitura sensível. A leitura sensível é um trabalho de análise textual com o objetivo de identificar inadequações em um texto original ou sua tradução do ponto de vista da representação de um grupo. Ela pode e deve ser feita em materiais que tratam de minorias étnicas e raciais, questões de gênero, da comunidade LGBTQ+, infância, entre outros, sempre em parceria com profissionais dentro desse lugar de fala.

[julgando você]

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Em breve, a tese do Jairo estará disponível no repositório da UFC! Obrigada por dividir com a gente um caminho melhor e mais empático de exercer nossa profissão 🙂

“Todas juntas: ‘amor’!”

Gestão de crise para autônomos e microempresas

Caros profissionais pandêmicos deste Brasil,

Mês passado, realizamos uma live com a consultora financeira Tatiana Sobral, da Hábito Conceito, para entender melhor que ações podemos tomar frente à crise que estamos vivendo. Essas ações são especialmente voltadas para as pequenas e microempresas e os trabalhadores autônomos, que dispõem de menos recursos para gerir uma crise inesperada.

Temos acompanhado a retomada de algumas atividades comerciais no Brasil, porém sabemos que a pandemia não tem data para acabar e é perfeitamente cabível que tenhamos que voltar a um regime de isolamento mais rígido. Pensando nisso, fizemos um recap dos três principais pontos conversados na live. A ideia aqui é que estejamos cada vez mais conectados com nossos próprios negócios, de forma que abalos externos possam até nos desestabilizar, mas não façam nossa casa ruir.

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1) Esteja no controle das suas finanças

Se você, enquanto empresa ou autônomo, ainda não sabe tim-tim por tim-tim do que é gasto na sua atividade profissional, fazer esse controle é a tarefa mais urgente que você tem pela frente. Carregar um negócio através de uma crise requer um conhecimento minucioso de como o dinheiro ganho é aplicado, pois só assim será possível saber o que cortar e em que continuar investindo. Um erro comum é pensar que sem um sistema de controle financeiro sofisticado não é possível nem começar a se organizar financeiramente. Mas a verdade é que o controle financeiro é um hábito a ser adquirido mais do que uma habilidade. Pode ser que, lá na frente, apps e planilhas mais complexas passem a fazer mais sentido. Contudo, iniciar esse processo envolve meramente anotar (com papel e caneta mesmo) todas as entradas e saídas de dinheiro!

Nossa resistência em começar do modo mais simples tem mais a ver com nosso medo de confrontar os dados, pois os dados nunca mentem. Mas só nos inteirando da realidade poderemos promover mudanças.

2) Utilize o tempo ocioso para reescrever o futuro

Está cheio de gente por aí esperando as coisas voltarem ao normal, não é mesmo? Nós aqui da LBM, não. É um conforto pensar que uma hora tudo isso vai acabar, claro, mas é uma doce ilusão acreditar que após a pandemia tudo voltará a ser como era antes. Estamos vivendo um período de exceção prolongado, em que as pessoas estão tendo que se reinventar para sobreviverem e, mais, para serem felizes. As empresas e profissionais não são diferentes! Adentramos um momento de revisão de mentalidade e estilo de vida que terá impactos duradouros.

Este meme é do futuro. Você ainda não consegue entender.

Sendo assim, agora é a hora de rever como sua empresa funciona e se isso ainda faz sentido no contexto que está se formando. Estamos falando de economia criativa, transformação digital e negócio com propósito. Tudo o que acontece dentro de um negócio – pessoas, operações, processos, ferramentas – pode e deve ser reavaliado. Fazer isso na loucura do dia a dia pode ser bastante desafiador. Mas se a sua empresa está enfrentando uma baixa na entrada de trabalhos, essa é a oportunidade perfeita para utilizar o tempo livre para investir estrategicamente no seu negócio.

3) Planeje, mas também viva o momento presente

Esse é um momento de alta expectativa, e o tempo gasto com planejamento financeiro e estratégico pode elevar essa energia ansiosa em relação ao que vem pela frente. Por isso, para balancear todas as medidas tomadas para a retomada, é legal que a sua empresa se mantenha no aqui e agora.

Dormir é legal, mas vocês já tiveram uma ideia de negócios incrível?

Você foi logo pensando em toda a sua equipe fazendo meditação mindfulness no Zoom para manter o zen, né? Meditação é mara, mas no contexto dos negócios, se manter presente é estar atento às oportunidades geradas pela própria crise e como você pode adaptar suas atividades para manter o funcionamento. Que novas parcerias podem ser estabelecidas de imediato? Quais novos produtos e serviços podem ser oferecidos enquanto estamos isolados? Tem muita coisa que deixamos passar quando estamos constantemente preocupados. Olhar o presente com entusiasmo é o que fará com que você consiga pensar fora da caixa.

Além disso, é legal lembrar que estamos todos no mesmo barco. Isso significa que, neste momento, dividimos com clientes e consumidores uma experiência única de experimentação. Ninguém espera que você seja perfeito, então é um ótimo momento para ousar!

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Essas são as ações que estamos aplicando aqui na LBM, com a ajuda da Hábito Conceito, e que estão ao alcance de qualquer empresa ou profissional. Estamos aqui para ajudar! Então, se você quiser saber mais sobre gestão de crise, deixe seu comentário e vamos conversar!

Guia de sobrevivência ao home office

Galera da quarentena,

Hoje nosso blog foi remotamente sequestrado por nosso novo tradutor e gerente de projetos, Guilherme Gama – ou só Gama, para os mais íntimos (saiba mais sobre nossa equipe clicando aqui)!

Deixo a introdução para ele, que já chegou trabalhado na relevância, dando informações valiosas para quem está tendo que encarar o home office de improviso nesses tempos aventurescos de coronavírus.

Vamos lá?

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Alô internautas e internautos de todo o Brasil e afora, e sejam bem-vindos ao nosso terceiro artigo da série A LBM, a pandemia e você. O assunto de hoje é home office (ou teletrabalho, ou “teletrampo”, como tenho lido em alguns círculos). Antes mesmo da COVID-19 tomar o mundo de sobressalto, a parcela da população que trabalha de casa já estava em alta no Brasil e agora, em tempos de crise de saúde pública e inúmeros apelos para que a população #FiqueEmCasa, não é de se espantar que um grande número de empresas peça para que seus colaboradores, bem, fiquem em casa.

Aqui na LBM, entretanto, home office não é nenhuma novidade. O ratinho já trabalha remotamente – cada um na sua toca – há muito tempo, sempre fazendo nossas entregas com a qualidade, a pontualidade e o carinho com que nossos clientes estão acostumados. E já que estamos nessa há algum tempo, agora ficamos como os Ewoks em “O Retorno de Jedi” acolhendo os recém-chegados e distribuindo colares. Pois é. Vocês agora são parte da tribo.

Sem mais delongas, aqui vão algumas dicas essenciais a quem quer mergulhar de cabeça no home office (pode descer a escadinha da piscina se preferir), em ordem de dificuldade:

1. Talvez conectar o computador à internet com um cabo de rede

Isso não é bem uma política da LBM. É mais uma recomendação minha para você que está lendo aqui, especialmente se precisar fazer muitas reuniões com vídeo.

Wi-Fi é uma tecnologia incrível, mas ainda tem suas limitações. Se as suas chamadas de vídeo estão parecendo mais aqueles depoimentos de imagem borrada dos noticiários policiais, talvez seja hora de instalar um cabo Ethernet. Dá pra comprar por metro na internet e é de fácil instalação (basta plugar uma ponta no seu roteador e outra no seu PC e voilà!). Quando seus colegas te perguntarem: “Uau! Como você faz para seu vídeo ficar com uma qualidade tão incrível?”, você pode quebrar a quarta parede e dar uma piscadela para a câmera, no melhor estilo de comerciais de TV dos anos 50.

“Dr. Strangelove, ou Como Eu Aprendi a Amar o Cabo Ethernet”

2. Centralizar toda a comunicação interna em um lugar só

Uma das inovações que fizeram o maior sucesso aqui dentro da LBM foi a adoção de uma plataforma de comunicação. Aqui a gente optou pelo Slack, mas existe um número grande de equivalentes no mercado (Hangouts Chat, Chanty, Microsoft Teams, Rocket.Chat etc.), para equipes de todos os tamanhos e com necessidades diferentes.

O conceito é simples: Em vez de ficar navegando um labirinto de e-mails, mensagens de WhatsApp, anexos e lembranças vagas de ligações telefônicas, toda a comunicação interna da equipe passa por um lugar só. A maior parte dessas plataformas permite criar canais públicos ou privados para projetos, conversas diretas e trocas de arquivos entre usuários, além de oferecer integrações com outra plataformas e serviços.

Tudo isso diminui bastante a carga de e-mails (que ficam restritos à comunicação externa) e evita aquelas situações desagradáveis de ir buscar uma mensagem enviada em agosto do ano passado para descobrir qual o prazo combinado para a etapa X do job Y, e antes que você se dê conta, você está como o Jack Nicholson em “Questão de Honra” gritando “You can’t handle the truth!”

Não vai ser dessa vez, Tom Cruise de 1992: Basta procurar dentro do canal específico do projeto, e todas as informações estarão lá.

3. …mas ter um lugar para a equipe jogar conversa fora

Parte do que torna nosso trabalho tão especial são as excelentes relações com clientes e também entre membros da equipe. Home office é prático e conveniente, mas não tem hora do cafezinho e nem bate-papo no almoço. Nem happy hour. Nem quinta-feira de trazer cupcakes. Interessante como nossas atividades sociais todas giram em volta de comida e bebida.

De qualquer modo, um espaço para bate-papo geral, sem tocar em assuntos de trabalho, é importante para uma equipe que quase nunca tem contato presencial. O Slack tem, por padrão, um canal especificamente par isso, o #random, mas como nem todos os LBMers estão no Slack, resolvemos transferir o conceito para o WhatsApp, criando um grupo chamado… #random.

Pra ser justo, uns 90% da comunicação no grupo tem sido na forma de GIFs, vídeos e fotos de gatos, cachorros e outros bichanos que encontramos pela internet. Mas ao longo da semana, às vezes é tudo isso que precisamos para manter o astral lá em cima – especialmente numa época como essa.

Um dia normal no #random

4. Autocuidado

Pois é. Eu avisei que a lista seria em ordem de dificuldade. A peça mais importante do home office é a pessoa que o ocupa. E cada pessoa é um microcosmo que inclui personalidade, experiência de vida, relações pessoais e um sem-número de outras circunstâncias.

No meu caso específico, estou chegando perto dos 40 e, portanto, a adaptação ao home office passou por uma adequação do espaço de trabalho: cadeira, teclado e mouse ergonômicos, monitor de tamanho adequado e ajustado corretamente para não forçar a vista, fones de ouvido à altura do material que recebo.

Passou também por respeitar meus limites, saber que não vou resolver todos os problemas em um dia só, e que tirar uns 10 minutos em silêncio na sacada pode fazer uma baita diferença na produtividade do resto do dia.

E finalmente, passou por aprender a desligar a cabeça quando o dia ou a semana termina e dar atenção a todas as outras coisas, pessoas, bichos e plantinhas no parapeito da janela que precisam dela.

Mas isso sou eu. Você que está lendo pode ter circunstâncias totalmente diferentes, e minha mensagem final aqui é que, caso não tenha já feito isso, você encontre o que funciona para você e seu home office. E para as suas plantinhas.

Como o blog é de cinema, termino com uma cena que me marcou muito na infância, em “Indiana Jones e a Última Cruzada”, quando o arqueólogo-título cruza o último abismo que o separa do Cálice Sagrado que trará vida a seu velho pai. Sejamos como o Dr. Jones (o filho, não o pai): atravessemos o abismo um passo tranquilo de cada vez.

Indiana Jones e os Caçadores do Equilíbrio Vida Pessoal/Vida Profissional

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