Este é o blog da Little Brown Mouse, a LBM, empresa familiar de preparação de legendas para cinema, composta por Claudio Fragano e Ligia Sobral Fragano.
Duas quintas seguidas de estreia, que alegria! Mas não é qualquer estreia: depois do grande debute do “Bingo” semana passada, hoje voltamos com o já superpremiado “Como Nossos Pais”, que arrasou no Festival de Cinema de Gramado e levou seis kikitos para casa. Mais uma produção da nossa parceira do coração, a Gullane Entretenimento.
Temos muito para contar sobre o filme em termos de tradução e acessibilidade e não temos tempo a perder!
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COMO NOSSOS PAIS (CNP)
Assim como seu primo “Bingo”, “CNP” chegou até nós no meio do ano passado. A primeira versão que legendamos para o inglês tinha 2h30 de duração, então tivemos o privilégio de ver muitas cenas que foram cortadas depois. Posteriormente, fomos reajustando a marcação e o texto para versões mais compactas. Tudo isso para que o filme fosse visto por aí e ganhasse sua vez em algum festival.
Ele acabou por estrear em nada menos do que o Festival de Berlim, na mostra Panorama, que ocorreu no começo do primeiro semestre. Batizado de “Just Like Our Parents” na língua inglesa, foi aclamado por público e crítica e voltou para o Brasil já na preparação para sua estreia nacional, no segundo semestre. Durante a pré-estreia do Rio na terça-feira, nosso intrépido gerente de projetos João Artur bateu um papo com Luiz Bolognesi, co-roteirista do filme, que elogiou muito nossas legendas no festival e disse que foi sucesso! O filme recebeu crítica dos principais veículos internacionais, como a revista Variety, que por tabela ainda entrevistou a diretora e a protagonista (leia em inglês aqui).
Legendas em inglês feitas, rodadas e famosas: check. Seguimos então para a acessibilidade do filme, que contou com um delivery acessível completo que poderá ser acompanhado no cinema por aplicativo. Para quem ainda não acostumou com o funcionamento da acessibilidade audiovisual, as três modalidades são: legendas descritivas (o famoso closed caption), audiodescrição e janela de Libras.
A temática feminista do filmão pediu uma voz feminina e, para tal, pudemos contar com o talento da Ana Paula Schneider. Durante a gravação, Ana estava com olhos e boca em tamanho normal, bem como sua voz natural.
Na janela de Libras, claro, nossa Paloma não poupou esforços. O filme é bastante falado e a interpretação foi extensa. Não podemos esquecer também que a trilha sonora precisa ser sinalizada. Além de sinalizar a entrada da música de fundo indicando que tipo de música é, às vezes é necessário interpretar a letra, caso ela seja relevante (bem parecido com o que fazemos na legendagem). Foi o caso, por exemplo, da canção “Show das Poderosas” da Anitta, que tem um trechinho seu cantado pelas filhas da protagonista Rosa. Acompanhem a ginga da menina Paloma:
A notoriedade da música, no entanto, não foi o único motivo pelo qual ela estava lá e foi até interpretada em Libras. Ela foi escolhida a dedo pela diretora Laís Bodanzky como forma de retratação por ter descreditado o trabalho da cantora no passado. Como ela diz em entrevista à UOL, o direito para usar a música custou bem caro, mas foi um statement. Leia a matéria na íntegra aqui.
O filme deve ficar em cartaz um bom tempo, então não tem desculpa para não se programar para ir ao cinema, hein? Firmamos aqui nosso compromisso com a Rosa!
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E como o ratinho nunca está satisfeito, semana que vem voltamos com mais duas estreias. Quem viver, verá 🙂
Hoje, “Bingo – O Rei das Manhãs” está estreando no circuito nacional e nós viemos contar para vocês como o ratinho anda de palhaçada com esse filme há um bom tempo.
Da legendagem à acessibilidade, ele passou por nós em diferentes momentos. Mas antes de entrarmos nos detalhes de TAV, a gente precisa falar sobre esse filmão. O filme está sendo um baita sucesso de crítica e é uma obra-prima do Daniel Rezende, diretor debutante, porém muito experiente. Ele esteve envolvido como editor desde o início com o projeto de renovação do cinema nacional, em filmes como “Diários de Motocicleta”, “Cidade de Deus” e “Tropa de Elite”. Achamos uma vídeo-crítica que resume muito bem o que pensamos sobre o filme:
Mas e aí, mouse? O que você tem a ver com isso?
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Tudo começou há cerca de um ano, quando um corte preliminar do Bingo chegou à LBM através da parceira de longa data Gullane Entretenimento para ser legendado em inglês. E assim foi feito. As legendas foram aprontadas e ficamos no aguardo da exibição do filme em algum festival. Essa é uma trajetória comum para filmes brasileiros; serem exibidos em festivais internacionais antes de estrearem por aqui. São várias versões diferentes que percorrem os circuitos internacionais até o corte final ser fechado e exibido nos nossos cinemas. Em entrevista ao site Adoro Cinema, no entanto, o diretor disse mesmo que não havia feito o filme pensando em festivais. ”Fiz esse filme pensando em fazer um grande filme, o melhor filme que eu pudesse fazer.” Ok, Mr. Rezende! Não há dúvidas de que o filme ganhará o mundo com a tradução do ratinho. Ficamos no aguardo!
Mais recentemente, perto da sua estreia, o palhaço mais querido do Brasil pediu ajuda ao mouse para chegar a todos os públicos. O filme teve toda a sua acessibilidade feita com a gente, que curtiu muito essa honra e agora queremos dividir algumas curiosidades com vocês. A voz da audiodescrição, por exemplo, ficou por conta do parceiro Christiano Torreão, nosso diretor de audiodescrição, que adorava o palhaço e ficou amarradão de trabalhar com o filme. A audiodescrição, que ocorre nos silêncios, ganha força quando há muita ação sem falas. Dizem as más línguas que as cenas audiodescritas de oba-oba entre Bingo e a mulherada vai mexer com a imaginação da galera!
Já para a janela de Libras, muita preparação foi necessária para a interpretação. Nossa intérprete maravilhouser se preparou muito e gastou um tempão criando novos sinais. Para quem não sabe, todas as pessoas são identificadas por um sinal específico em Libras. É possível soletrar o nome com o alfabeto manual, claro, mas um sinal identificador facilita muito e cria uma identidade bacana com a língua também. No filme, em especial, em que precisamos acompanhar a velocidade da fala, soletrar toma muito tempo e é mais difícil de acompanhar. Assim, as personagens principais ganham sinais. Olha como ficou o sinal do Bingo:
É comum que os sinais que referenciam pessoas se apropriem de alguma característica física delas. Nesse sentido, o filme trouxe algo inusitado para nossa tradução em Libras. Durante boa parte da história, o palhaço Bingo interage com Sr. Olsen, um cara meio velho, meio chato, que é um gringo que veio ao Brasil supervisionar o início da franquia do programa no Brasil. Na nossa tradução, o personagem foi identificado por um sinal que fazia menção ao seus óculos, com a intérprete levando uma mão fazendo círculo vazado ao olho.
Mas, como diria o Bingo, a vida não é mole, não. Em diversos momentos, o Bingo se dirige ao Sr. Olsen como Sr. Parker, Sr. Walker, e assim vai, cada vez com um sobrenome diferente, mostrando total descaso com quem ele é. Como levar isso para tradução em Libras? Achamos a solução fazendo variações do sinal original dos óculos, por vezes levando as duas mãos ao rosto, outras vezes fazendo os óculos meio tortos. Paloma disse que foi algo inédito para ela! Mas legal mesmo foi interpretar a Gretchen dançando a Conga, não foi, Paloma?
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Por fim, só podemos dizer uma coisa: corram para o cinema para assistir ao filme, é imperdível. Como diz o Tiago Belotti no vídeo, “clássico nacional instantâneo”.
Semana que vem voltamos com a estreia e comentários de tradução e acessibilidade de “Como Nossos Pais”, mais um filme nacional chegando com o pé na porta.
O post de hoje é muito especial. Dando uma pausa no tradicional boletim de estreias e nas costumeiras discussões sobre temas de TAV, hoje trazemos o debute da nossa vinheta de acessibilidade!
A LBM vem prestando serviços de acessibilidade já há algum tempo com muita dedicação e parceiros de primeira. Hoje, vocês assistirão à interpretação de Libras da Paloma Bueno Fernandes, com voz de Christiano Torreão e montagem e edição de Ivan M. Franco. As legendas foi o Maluf ratinho que fez.
Se você tem materiais audiovisuais que precisam de um delivery acessível, entre em contato conosco para saber sobre o nosso portfólio. Vamos acessibilizar esse Brasilzão!
Após algum tempo de reclusão, o ratinho volta com seu boletim de estreias num dia mais do que oportuno: quinta-feira, o dia oficial de estreias nos cinemas! \o/
Voltamos também anunciando uma reestruturação no blog e com promessas políticas: postagens todas as quintas-feiras, honrando as estreias em tempo real ou, na ausência delas, falando sobre temas variados dedicados à tradução audiovisual. Pode ser? #pas
Então vamos ao que interessa pois temos o mês de junho inteiro e uns quebrados para discutir!
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JUNHO
O mês de junho trouxe quatro estreias bem legais da LBM nas telonas. Coisa rara de se acontecer, tivemos a estreia de dois argentinos e um documentário nacional – um verdadeiro sopro de ar fresco para quem está sempre mergulhado nas águas de Hollywood.
O mês começou com a estreia de “Inseparáveis”, da Paris Filmes, a comédia dramática que é a versão argentina do sucesso francês “Intocáveis”. Para esse job (sim, estamos tentando emplacar termos publicitários para glamourizar o mercado de tradução), pleno de putas madres e carajos, procuramos fazer um trabalho de equilíbrio da linguagem chula (❤) de forma a não deixá-la de fora e nem deixá-la pesar demais no texto. Afinal, estamos transformando a oralidade em texto escrito e isso traz nova configuração para o discurso. Uma vez que se incluem palavrões, já não podemos mais falar em censura como fator constrangedor, porém é importante que se considere a leitura do texto escrito em contraposição ao que se fala. Será que é tão confortável ler tantos palavrões quanto se escuta? Ou mesmo qualquer palavra que se repita muito? Nem o tradutor de “Rick and Morty” deu conta de escrever tantos Mortys na legenda quanto ele gostaria. Nossa simpatia!
Seguindo a onda hermanística, na segunda semana partimos para a estreia de Neve Negra, também da Paris Filmes. Uma oooutra coisa bem diferente. O filme, que continua em cartaz, é um suspense pesadão que se passa basicamente na nevasca e traz flashbacks intensos. Além da legendagem, essa produção contou com legendas descritivas e audiodescrição do nosso ratinho, tornando o filme acessível. Os cinemas ainda estão se adequando para receber as versões acessíveis dos filmes, porém os materiais já estão sendo produzidos com acessibilidade para muito breve estarem amplamente disponíveis. Enquanto isso, há algumas sessões especiais para exibição desse material.
Nessa mesma semana, “Nunca Me Sonharam” estreou com assinaturas do ratinho de cima a baixo. A parceira Maria Farinha Filmes nos confiou as versões em inglês e espanhol da produção, além da acessibilidade completa também. O documentário fala sobre educação pública e juventude brasileira, trazendo muitas visões de profissionais das áreas da Educação, Assistência Social e Saúde, além do depoimento de muitos alunos de escolas públicas. Percorrendo todo o território, o filme faz um quebra-cabeça de causas e consequências da situação da educação pública e do jovem no Brasil, criticando e inspirando mudança ao mesmo tempo. Uma lindeza <3
Poderíamos contar UMA INFINIDADE de coisas interessantes sobre as versões que preparamos de NMS, mas como não dá para abraçar o mundo, decidimos comentar a questão do título. A frase “nunca me sonharam”, que dá título ao filme, causa estranhamento. Lá pelo meio do documentário, entendemos de onde ela vem – a fala comovente de um aluno sobre seus pais e expectativas sobre o futuro. Não vamos transcrever o trecho aqui para não dar spoiler dessa parte tão crucial do filme, mas quem traduz ou se preocupa com como os títulos de filmes são traduzidos (100% da população), sabe o desafio que um título desses pode trazer.
Na versão em espanhol, a tradução foi literal – “Nunca Me Han Soñado”. É verdade que a frase fica ainda mais instigante em espanhol do que em português, parece ter menos sentido. Mas a aposta da equipe de pós-produção foi manter e intensificar o estranhamento da construção incomum que, admitamos, é um estranhamento bem poético.
Já na versão em inglês, uma tradução literal (algo como “They Never Dreamed Me” ou “I’ve Never Been Dreamed”) poderia levar o estranhamento a um extremo, sem inteligibilidade. A escolha foi pela expressão “Not Even In a Wildest Dream”, pouco usada justamente por sua constituição gramatical um tanto estranha. Ela está intimamente associada a outra expressão bem mais comum, “wildest dreams”, que é o equivalente no português a expressões como “nem nos [meus] sonhos mais loucos”, “nem em um milhão de anos” e afins. Assim, não ficou tão explícito que os sonhos não são do locutor, como fica em “nunca me sonharam”, mas manteve-se toda a ideia de sonho e estranhamento gramatical, com um adicional dramático bem provocador e que combina muito bem com a situação apresentada pelo filme.
O documentário segue em cartaz e tem aumentado o número de locais e salas em que está disponível. Se ele não estiver em cartaz na sua cidade, não tem erro. A plataforma VIDEOCAMP disponibiliza o filme na íntegra gratuitamente para exibições em qualquer lugar do Brasil, basta entrar contato com eles. Lá você vai encontrar nossas legendas e também todo o material de acessibilidade, inclusive a janela de LIBRAS com a nossa talentosa e supersimpática intérprete Paloma Bueno Fernandes.
Fechando o mês de estreias da LBM e mais uma parceria com a Paris Filmes, “Colossal” veio nos fazer dar umas risadas e ter a oportunidade de ver o filme de monstro mais inusitado do ano. Difícil saber se devemos amar ou odiar a criatura que simultaneamente é a Anne Hathaway e mata pessoas na Coreia às oito da manhã. Fica para vocês decidirem.
Os quebrados ficam por conta do filmão nacional “Joaquim”, que estreou em abril. Antes de estrear por aqui, o filme já havia passado pela LBM para ter suas legendas em inglês e alemão preparadas para o Festival de Berlim, onde foi o único representante brasileiro. A história desconstruída de Tiradentes agora está ganhando uma versão em espanhol para explorar novos cantos do mundo. Boa sorte, “Joaquim”!
Long time no see! O ano começou em meio a muitas correrias e a gente ficou como? Atolado de coisas para fazer! O que foi, Tim?
Tá bom! Só viemos aqui correndo contar o que aconteceu nos últimos três meses. Vamos logo? 🙂
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JANEIRO
Janeiro foi um mês tranquilo de estreias lbmísticas. Contamos com “Dominação” nas telonas, uma parceria com a PlayArte Pictures. Para quem gosta do gênero terror trabalhado nas possessões, o filme traz características interessantes, como o queixo do Aaron Eckhart o exorcista “terapeuta” que entra na mente das pessoas para expulsar os demônios que lá fizeram suas casinhas. Essa abordagem afasta a narrativa da linha religiosa que filmes sobre possessão costumam tomar. Uma perspectiva interessante!
FEVEREIRO
Passando para fevereiro, apenas muito <3 no coração. Nossas duas estreias em parceria com a Diamond Films foram nada menos do que Oscar material.
Começamos na primeira semana com “Jackie”, esse recorte espetacular sobre a morte do presidente Kennedy da perspectiva da primeira-dama. O filme é de ritmo tranquilo e falas espaçadas. No entanto, escondia muitos momentos em que a pesquisa de contexto foi crucial. O tradutor principal do filme, João Artur, nos escreveu alguns parágrafos detalhando momentos do seu processo de tradução:
Dentre os vários desafios, talvez o maior deles tenha sido com a pesquisa, afinal o filme é muito preciso e, principalmente, detalhista do ponto de vista histórico. Há muitos momentos em que pessoas, locais e acontecimentos relacionados à família Kennedy são citados superficialmente, às vezes numa única fala, mas que precisei estar seguro do que estava sendo tratado antes de tomar escolhas tradutórias.
Deixo aqui dois exemplos:
Ao ser orientada para desembarcar pela traseira do avião para evitar a imprensa, Jackie Kennedy diz ao médico pessoal do ex-presidente que não o faria, pois isso seria uma conquista para a Birch Society, grupo da direita conservadora que antes da visita de John Kennedy a Dallas, onde o presidente foi morto, organizou protestos e espalhou mais de 5 mil cartazes do tipo “Procura-se” com a foto do presidente, com todo o tipo de acusação, inclusive de ser “frouxo” com os comunistas. Foi uma decisão simples, então, a de sempre mencionar o nome completo do grupo, John Birch Society, para contextualizá-lo melhor para o público.
Mais tarde, pouco antes do funeral do presidente, seu irmão, o senador Bob Kennedy, diz que a família parece estar “administrando uma pousada” ao receber tantos convidados para o velório/funeral. E, em meio a sobrenomes de expressão na sociedade americana da época e ofertas de hospedagem em residências de verão e afins, ouvimos que “And Truman is at Blair House”. Uma leitura menos atenta num primeiro momento, propiciou uma legenda como “E o Truman está na casa dos Blair” ou “E o Truman está na casa da família Blair”. Porém, ao prestar mais atenção na preposição “at”, resolvi fazer uma pesquisa mais aprofundada e confirmei minha suspeita. A Blair House é uma residência oficial do governo americano, como a Casa Branca, mais especificamente um palácio em Washington destinado a receber convidados do presidente. E a versão ficou “Truman está hospedado na Blair House.”
Obrigada, Johnny 🙂
Tocando o barco para a última semana do mês, a estreia de “Moonlight – Sob a luz do luar” emocionou todos nós da LBM e, com certeza, todos que tiveram o privilégio de assistir a esse filme indescritivelmente fantástico. O filme já estreou por aqui dono de um Oscar novinho de Melhor Filme; maior sucesso, impossível. Não vamos estragar dando spoilerzinhos. Diremos apenas: assistam.
Temos, no entanto, muito a dizer sobre a tradução desse filme. Um projeto trabalhoso, que contou com muitas estratégias de tradução, e muita sensibilidade também. Um filme delicado para o tradutor, pois o sotaque e o linguajar utilizado pelas personagens dificulta o trabalho até mesmo do mais proficiente dos ouvintes de inglês, colocando as legendas em destaque. Hora de jogar na retaguarda? Nada disso; hora de ousar muito. Felizmente, recebemos muitos elogios por esse trabalho, incluindo esta declaração pública de uma colega de profissão:
Estamos preparando um post especial apenas sobre o “Moonlight”, para que possamos compartilhar mais informações e gerar mais discussão. Enquanto isso, deixo vocês com nossa legenda preferida do filme:
Ainda dá pra ver toda essa beleza nos cinemas, o filme ainda está em cartaz em algumas poucas salas em Sampa e no Rio.
MARÇO
Seguindo na escadinha que está 2017, março veio com três estreias do ratinho. Começamos com “Personal Shopper”, nossa parceria com a chiquérrima Imovision. Esse drama meio apavorante, que nos deixou com a pulga atrás da orelha, chegou causando por onde passou e ganhou avaliação cinco estrelas de nada menos que The Guardian. Os adjetivos “captivating, bizarre, tense, fervently preposterous and almost unclassifiable” estão presentes na crítica da publicação (leia aqui). Vale a pena dar uma olhada nessas comprinhas, hein?
Na mesma semana, “Versões de um Crime” foi para as telonas mostrar Keanu Reeves montado na elegância, de terno e muito cinismo. O suspense judicial se desenrola no tribunal, enquanto o ator, que interpreta um advogado um defesa, constrói seu caso sem saber todos os fatos, pois seu cliente se recusa a falar qualquer coisa a respeito. A tradução foi um baita trabalhão com todos os termos jurídicos e suas peculiaridades territoriais. Ao lidar com materiais internacionais que trazem conteúdo jurídico, é sempre MUITO importante consultar especialistas e material especializado para fazer as equivalências certas. No caso do nosso filme aqui, a LBM contou com a consultoria de dois advogados. Isso porque diferenças entre o direito brasileiro e o direito americano podem ocasionar uma série de besteiras na legenda, desde de termos traduzidos literalmente e neologismos mal-vindos (já vi uns “assassinatos de primeiro grau” por aí) até equívocos grosseiros na interpretação dos termos. Quem já teve que lidar com uma situação tradutória parecida sabe que a common law americana e a civil law brasileira são sistemas totalmente diferentes, cada qual seus termos e significados. Não se enganem, tradução é muito estudo!
“O Espaço Entre Nós”, da Diamond Films, fechou nosso primeiro trimestre. Seria o primeiro amor um sentimento extraterrestre? O filhote de ficção científica com romance adolescente traz essa metáfora em si e muitas reviravoltas. Para quem perdeu no cinema, o filme chega ao Netflix já já!
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E agora? A gente volta ao trabalho! Logo logo tem mais 😉