A LBM em cartaz: Abril

Gente… vamos falar sério aqui agora? Já é junho, socorro!

Já passou metade de 2018 e a gente tá aqui correndo atrás das nossas estreias! Hoje viemos contar como foi nosso mês de abril nas telonas. Para tanto, contamos com a colaboração textual do nosso adorado gerente de projetos João Artur (Johnny, para os íntimos), que gerencia esses filmão-maravilhoso-tudo que a gente traduz e está por dentro dos esquemas.

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O mês de abril foi de muito trabalho para o ratinho, que se desdobrou para dar conta de filmes com pegadas bem distintas. Mas a verdade é que o desafio de legendar gêneros diversos é o que mais nos empolga!

O mês começou logo com grandes trocas de tiros em “Covil de Ladrões” (Diamond Films). O filme mostra toda a adrenalina vivida por uma quadrilha de assaltantes de bancos. Do outro lado, no time dos mocinhos, ou nem tanto, um grupo de policiais liderados por Gerard Butler persegue a quadrilha, que tem como integrante ninguém menos que 50 cent. Yo!

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Objetivo de vida #1: ser cool como o Gerard Butler.

Na terceira semana, apesar de mais contidos, os tiros continuaram presentes, mas desta vez com o pano de fundo mais denso de um drama histórico. “7 Dias em Entebbe” (Diamond Films), dirigido por José Padilha (“Tropa de Elite” e “Robocop”), conta a história do sequestro de um avião lotado de judeus por um grupo de terroristas anti-Israel. Os acontecimentos se desenrolam em grande parte em Entebbe, Uganda. O filme estreou no Festival de Berlim, assim como “Tropa de Elite”, que foi o grande vencedor do festival à época. Para ver o que Padilha tem a dizer sobre a própria obra, dê uma olhada na entrevista dada ao Deutsche Welle (em português).

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Objetivo de vida #2: ser cool como o Padilha.

Para fechar o mês, o ratinho precisou de muitos lenços para lidar com dois dramas históricos de responsa. Na semana do dia 26, “Somente o Mar Sabe” (Paris Filmes), dirigido pelo ganhador do Oscar James Marsh (“A Teoria de Tudo” e “O Equilibrista”), narra a aventura do velejador Donald Crowhurst (Colin Firth), que arriscou tudo para participar da regata Golden Globe, uma corrida ao redor do mundo, mesmo sendo apenas um amador. O ratinho fez muitas pesquisas para garantir que a história emocionante de Donald fosse contada de maneira fiel, o que é de lei em filmes históricos.

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Objetivo de vida #3: ser cool como o Colin Firth.

Aliás, houve muita pesquisa no último lançamento do mês de abril, “Estrelas de Cinema Nunca Morrem”, que narra um período da história da excêntrica ganhadora do Oscar Gloria Grahame e seu relacionamento com um homem mais jovem até seus últimos dias (reparem em nossa imagem de capa do casal, uma homenagem ao mês dos namorados). Annette Bening dá um show de interpretação no papel principal, daqueles que valem o ingresso! Separamos aqui nossas legendas preferidas do filme:

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Palmas para quem inventou a palavra “beleléu”, dando cor ao nosso texto.

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Obrigada, J!

Enquanto o Johnny não volta para contar as estreias de maio, acompanhem as novidades na nossa página do Facebook!

A LBM em cartaz: Março

Car@s leitor@s distantes da LBM,

Azinimiga da floresta dirão que o ratinho estava de férias, mas ele mandou um vídeo sobre seu paradeiro:

Março já ficou lá atrás, mas teve cinco estreias lbmísticas ótimas para a conta, então vamos mergulhar de cabeça.

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Março teve duas estreias internacionais em cantos opostos do espectro de gênero: “Motorrad”, ficção de suspense/terror; e “A Imagem da Tolerância”, um documentário de temática religiosa.

O último, obra da diretora Joana Mariani, com quem já havíamos trabalhado no doc “Marias”, é um estreitamento da temática das Marias latino-americanas: “A Imagem da Tolerância” trata do papel da Nossa Senhora aqui no Brasil, em vários níveis. Os entrevistados mais variados compõem a obra, como o padre Fábio de Melo, Nany People, Maria Bethânia e o pastor Nilton Bonder, que foi o meu preferido (leiam “A Alma Imoral”!). O longa foi legendado em inglês pela nossa equipe para ser exibido nos seus primeiros festivais internacionais, e também teve seus 15 minutos (mais para 72) de fama na Mostra de SP ano passado.

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Maria Bethânia: fã #1 da outra Maria.

Já “Motorrad”, ou MTRD para os íntimos, já tinha sido legendado em inglês por nós há um bom tempo para ser exibido no Festival de Toronto. O projeto pequeno, baseado na obra original do cartunista Danilo Beiruth, ganhou proporções incríveis e foi chamado para diversos outros festivais. Até a presente data, ele já ganhou legendas em espanhol também e um lindíssimo CCSL para ser lido por muitos executivos do cinema mundão afora. Para quem  nunca ouviu falar, a Combined Continuity and Spotting List é um documento parecido com um roteiro, só que apresentando a versão final do filme já rodado. Ele contém todas as falas com seus falantes, timecode, breves descrições de cena e esclarecimentos sobre falas e expressões que podem causar dificuldade. Legal, né? Mais uma especialidade do ratinho.

Para seu lançamento por aqui, fizemos a acessibilidade completa do MTRD. O maior desafio, sem dúvidas, foi na confecção da janela de Libras. Nossa heróica intérprete Paloma descreveu seu processo nesse baita textão para nós:

Este filme trouxe um desafio diferente, o de traduzir mais efeitos sonoros diegéticos e não-diegéticos que causam (indicam) as reações das personagens, como sustos, motivação para fugir ou esconder-se dos malvados. A intensidade desses sons foi traduzida usando recursos como duplicação de mãos, expressão facial e/ou tensão considerando a relevância para o contexto. Primeiramente, para os sons de moto, quando distantes, a sinalização se inicia normalmente, e, quando aproximada e muito mais barulhenta, a sinalização foi mais intensa usando mais tensão, expressão e duração do sinal. De igual modo para os trechos de música de rock não-diegética, a sinalização buscou referenciar a dinâmica de cada trecho, considerando a tensão proposta para a cena a seguir. Finalmente e não menos importante, para os gritos, a sinalização foi adaptada de acordo com o contexto, por exemplo, a duração do sinal foi mais longa para gritos mais prolongados.

Resumindo, em termos de musicalidade na Libras, o desafio é transmitir ritmos, intensidade, dinâmicas, crescentes e decrescentes para um público com muita ou pouca referência auditiva, mas que é de extrema relevância para compreensão de reações e atitudes das personagens.”

Para filmes como esse, com muitos sons que por vezes podem confundir o/a intérprete, é bom contar com um editor de vídeo que preste atenção à interpretação e saiba diferenciar certos sinais, corrigindo equívocos e tornando o CQ mais fácil.

Para encerrar a saga desse filme inovador na nossa indústria cinematográfica, rolou uma pré-estreia aqui em SP. [MINI SPOILER] O ator Alex Nader compareceu com sua cabeça decapitada logo no início do filme, e deixou a gente se divertir um pouco.

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O cabelo era real e eu levei a maior bronca por segurar assim.

As outras três estreias do mês ficaram por conta dos internacionais. Vamos a um resumão:

PROJETO FLÓRIDA

Nossa maior aposta para levar um Oscar para casa este ano, com a atuação de Willem Dafoe. A Academia negligenciou, mas a maioria dos críticos por aqui deu 5 estrelas para esse filmão. Um filme duro de assistir, porém com grande apelo de forma e estética, uma obra incrível mesmo. Nossas legendas logo chegam à Netflix, prometemos.

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E essa paleta, hein? <3

 

MEDO PROFUNDO

Não, espera. Agora é “47 Metros Para Baixo”. O filme, que foi lançado com o título acima, acabou em conflito com os direitos de outro filme que já tinha esse nome. Mas, apesar de parecer bobinho, é um thriller de tubarão bem legal! Mandy Moore passa apertos numa gaiola a 47 metros da superfície, falando durante quase todo o filme através de uma máscara de oxigênio. Só não passou mais apertos que a Paloma interpretando, que às vezes não entendia nada do que ela estava falando! Pois é, além de legendagem, rolou acessibilidade completa também.

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Fico sem ar só de olhar essa foto.

 

12 HERÓIS

Filme de guerra, imperialismo Yankee. Yadda yadda. Testosterona define. Mas tem uns homi bonito? Tem.

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Oh Thor.

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É isso, então. Em breve, atualizações sobre as estreias de abril 🙂

 

A LBM em cartaz: Fevereiro

Querid@s leitor@s,

O tempo passou e o blog saiu de férias sem dar notícia. Mas tudo bem, Renato, não foi tempo perdido!

O ratinho retorna hoje, em plena segundona, para contar o que rolou no mês de fevereiro e começar a tirar o atraso.

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Relembrando “Tirando o Atraso”, grande clássico do cinema legendado pela LBM.

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No mês de fevereiro, tivemos um total de quatro estreias no cinema. No dia primeiro, postamos aqui sobre “Todo O Dinheiro do Mundo” (clique aqui para relembrar a pessoa maravilhosa que foi J. Paul Getty). Já na segunda quinta do mês, os cinemas abriram dois filmes by LBM: a simpática animação “Meu Amigo Vampiro”, cuja acessibilidade foi feita toda por nós, e “O Sacrifício do Cervo Sagrado”, legendado por nossa talentosa equipe. Mas os dois filmes não poderiam ser mais distintos!

“Meu Amigo Vampiro” (PlayArte Pictures) conta a história de amizade entre um vampirinho e um humaninho lá na Transilvânia, uma animação feel-good para entreter a molecada. A produção é baseada nos livros infantis de Angela Sommer-Bodenburg e já havia ganhado um filme live action em 2000. Um desenho no molde clássico, com muita ação – nossa intérprete de Libras teve muito cuidado ao fazer o levantamento dos sons para não se perder na hora da gravação. Em casos como esse, é importante também manter o ritmo de interpretação quando há muitas falas consecutivas, pois, do contrário, fica difícil fazer a sincronia com as falas na pós.

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Quem tem presa vai a Roma.

Por outro lado, “O Sacrifício do Cervo Sagrado” (Diamond Films) foi um dos filmes mais macabros que já traduzimos. O filme de terror psicológico é daqueles que te deixa com sensações estranhas em lugares da sua mente que você nem sabia que existia, e você nem sabe o porquê. Também é daqueles que exigem uma bela explicação de um belo crítico de cinema. Mas como não gostamos de spoiler, deixamos aqui essa apresentação do CinePOP que não fala o que não deve.

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Elenco e diretor do Cervo: não se iluda, eles não são normais.

Avançando para o dia 15, tivemos a estreia de “Mudbound – Lágrimas Sobre o Mississipi” (Diamond Films). Esse filmão maravilhoso nos encheu de orgulho com 4 indicações ao Oscar. Uma das indicações, a de melhor canção original, rendeu uma apresentação ao vivo durante a premiação na voz da incrível Mary J. Blige, que também estava indicada por Melhor Atriz Coadjuvante. Apesar de não ter levado nenhuma estatueta para casa, o filme ganhou o Robert Altman Award no Independent Spirit Award, além do prêmio de Melhor Fotografia para Rachel Morrison do New York Film Critics Circle. O trabalho da diretora de fotografia foi realmente espetacular e por si só já é um excelente motivo para assistir ao filme. Não foi à toa que ela fez história este ano sendo a primeira mulher a ser indicada para a categoria no Oscar (o que diz tanto sobre o talento dela quanto sobre as tendências machistas da Academia). Uma referência mais mainstream de tirar o chapéu sobre o trabalho de Rachel foi sua direção de fotografia em “Pantera Negra”, que me fez ir ao decolar.com procurar passagens para Wakanda.

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Essa molier <3

Para fechar o mês curto, na quinta 22 tivemos a estreia de “A Grande Jogada” (Diamond Films), o longa que conta a história da esquiadora, jogadora de pôquer e alvo de investigação do FBI, Molly Bloom. O filme é longo, com duas horas e vinte de duração, mas é dinâmico, cobrindo muitos eventos e não deixando ponta sem nó. O canal de crítica Meus 2 Centavos resume bem, veja só:

Nossa equipe perseverou e superou quase 2500 diálogos (bendito voice-over) para que o filme fosse exibido nos telões com o glamour e sagacidade que a protagonista merecia. Honestamente, é um sopro de ar fresco assistir a uma biografia feminina que coloca a mulher numa situação de tanto poder e evidencia tantas qualidades. Queremos ver mais disso por aí.

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Só se for com essa lacração toda.

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Voltamos logo mais com as estreias de março e quem sabe um dia não chegamos a abril? :*

A LBM em cartaz: “Todo O Dinheiro do Mundo”

Car@s colegas da LBM,

Sorte a de vocês que são caros para nós; se fossem caros para Paul Getty, ele não compraria!

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Infâmias à parte, a estreia lbmística de hoje é o comentadíssimo “Todo Dinheiro do Mundo”, o novo filme de Ridley Scott distribuído aqui no Brasil pela Diamond Films. Cercado de polêmicas e contratempos, a produção seguiu firme até sua estreia e agradou a muita gente. O ratinho fez essa legendagem e garante: é muita história para contar!

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Para quem não conhece a figura (histórica), J. Paul Getty foi  possivelmente o homem mais rico do mundo, tendo feito sua fortuna com dinheiro de petróleo. Sua notória sovinice deu cria a crônicas familiares tão chocantes que sua biografia ficou digna de novela cinema. A mais famosa dessas histórias, o sequestro de seu neto preferido pelo qual ele se recusou a pagar o resgate, é o tema principal do filme. Ao assistir o filme pela primeira vez, achei tudo muito hiperbólico e inverossímil, ao que Johnny me alertou: a realidade havia sido ainda pior. Um rápido fact-checking mudou totalmente a minha perspectiva sobre o filme: a vida ganhou da ficção na corrida do absurdo.

A narrativa do filme inclui famosas frases e atitudes do velho avarento, como a entrevista que ele cedeu após a divulgação do sequestro do seu neto. Um jornalista lhe perguntou se ele pagaria o resgate pedido pelos sequestradores, ao que ele respondeu que tinha 14 netos e, se pagasse um resgate, logo estaria pagando 14. O filme dá a entender que o momento era bom para o mercado petroleiro e que, nessa época precisamente, Getty estava ganhando mais dinheiro do que nunca. O que fatos históricos confirmam, no entanto, é ainda mais chocante: o valor pedido pelos criminosos da Mafia para libertar seu neto equivalia nessa época ao que o empresário estava ganhando em apenas um dia com seus rendimentos! Para contar mais fatos, teríamos que dar spoilers do filme, então nos absteremos. Quem quiser saber mais sobre as relações da obra com a história real, pode ler esta matéria da Vanity Vair (em inglês).

As aparências certamente enganam.

Passando da realidade ao longa, o inacreditável também aconteceu. O papel de J. Paul Getty havia sido escrito para o ator Kevin Spacey, que gravou o filme inteiro como protagonista. Mas não era o Christopher Plummer no gif ali em cima? SIM! Com o filme já pronto, Spacey foi acusado publicamente de assédio sexual por várias pessoas, culpa que ele não negou. Assim sendo, os produtores do filme decidiram simplesmente riscar o ator do filme e regravar todas as cenas dele com Plummer em seu lugar, facilitando a vida dos cinéfilos que não precisaram sabotar filme de ator pedófilo. A LBM, no entanto, recebeu os screeners poucos dias antes do escândalo e pudemos ver o filme original Imagem relacionada Ele já foi devidamente deletado de todos os lugares, mas não pudemos deixar de fazer essa inveja nas inimigues.

Yuck.

Essa reviravolta foi complicada para a nossa equipe, que teve que lidar com materiais não finalizados. Foram muitas mudanças e refações nas legendas, trabalhamos com versões parcialmente sem áudio; parecia mais um trabalho de produtora do que de distribuidora. As cenas regravadas, porém, ficaram impecáveis e a crítica elogiou muito o trabalho de Plummer, que ganhou indicações de melhor ator coadjuvante para as principais premiações da temporada. Michelle Williams também roubou a cena no papel da mãe do garoto sequestrado. Já Mark Wahlberg dividiu opiniões, como você pode ver na crítica do What The Flick?!, que também apresenta o trailer:

Encerramos o post com o depoimento emocional do tradutor principal do filme, gerente de projetos e super-herói Johnny, que mais do que ninguém tem a falar sobre essa personalidade:

J. Paul Getty construiu sua vida para a posteridade, afinal o bilionário tinha uma obsessão com a história, a do mundo e a própria. Os livros que publicou, que incluem o título “How to be Rich” e uma autobiografia, são prova disso. A ode ao passado o levou a criar uma cópia idêntica da Vila Adriana de Tivoli, Itália, em Los Angeles. Como um Tio Patinhas que acumula obras de arte em mansões em vez de moedas de ouro em cofres, Getty buscava preencher um vazio que arte nenhuma é capaz.”

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Voltamos semana que vem com mais uma estreia incrível!

A LBM em cartaz: “O Estrangeiro”

Queridões e queridonas,

voltamos nesta quinta para o primeiro “LBM em cartaz” do ano com uma estreia que só pode ser definida como muito d-a-o-ra: filme do Jackie Chan! O enredo, no entanto, traz surpresas.

Para aquecer, vamos assistir a uma cena épica de “Quem Sou Eu?”:

Preparad@s?

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Quando soubemos que o filme do Jackie Chan viria para a LBM, nosso gerente Johnny logo se jogou na frente do projeto e disse que seria ele a traduzir. Logo, seu depoimento é indispensável:

Traduzir um filme do Jackie Chan foi como visitar uma parte da minha infância. Quando moleque, eu vibrava com as estripulias do baixinho chinês em filmes como O Caçador de Encrencas (City Hunter), O Mestre Invencível (Drunken Master) e Arrebentando em Nova York (Rumble in The Bronx). Depois de anos sem contato com a filmografia de Chan, confesso que me surpreendi com a pegada dramática e o tom soturno de O Estrangeiro. Diferente dos personagens que o consagraram, distanciando-se da veia cômica, Chan mostra que ainda tem lenha para queimar e pode surpreender, principalmente quando vai além da pancadaria.”

O que o querido Johnny não contou foi que a parte dramática deu mais trabalho na tradução do que o antecipado! O filme tem um contexto político tão elaborado que até engole a ação em muitos momentos. Esse contexto é desenrolado no enredo pela morte da filha de Chan num atentado terrorista assinado por um grupo dissidente do IRA (será porque ninguém aguenta mais filmes ambientados na Guerra Fria?). Para efeito de tradução, o sotaque irlandês por si só já cria barreiras – no que fomos ajudados pelo roteiro. Foi necessário também entender melhor a história do IRA para fazer escolhas adequadas em relação a termos e tom para o filme.

Falando em xenofobia!

Uma das escolhas mais interessantes para o filme foi a tradução do termo Chinaman. O termo dá nome ao livro que deu origem ao roteiro do filme, que acabou levando o título mais genérico de “O Estrangeiro” (The Foreigner). A troca de título é bem óbvia na sua intenção: não ofender ninguém antes mesmo de o filme começar. Como muito bem colocado pela crítica da Variety, o termo não tem equivalência alguma com outros rótulos de nacionalidade, como Britishman ou Frenchman. No entanto, o termo é usado largamente durante o filme, deixando o tradutor numa situação delicada. A decisão final foi utilizar duas opções de tradução: para os personagens pró-Chan, usamos “chinês”; já quando os anti-Chan o chamavam, era “china”. Quem quiser ler mais sobre o termo, pode dar uma olhada nesta página da Wikipédia, está bem legal!

Mas voltando às surpresas que Jackie Chan nos traz, a verdade é que há muito que não sabemos sobre o ator. Alguém aí sabia que ele já fez um filminho adulto, ou que ele é cantor de ópera? Quem quiser saber mais curiosidades sobre Chan, pode ler este artigo que lista 16 coisas surpreendentes sobre ele. A verdade, no entanto, é que Chan não foi somente visionário ao criar o gênero de comédia com kung-fu. Ele antecipou a moda de hoje já nas décadas de 70 e 80!

Eu facilmente pegaria coisas emprestadas desse closet.

Encerramos esse post com o espírito de luta renovado. Até semana que vem!