A LBM em cartaz: Novembro, Dezembro e bye-bye 2016!

Car@s amig@s,

Hoje é o primeiro dia do ano, sim! Estamos em clima de festa, deixando para trás um ano de desafios, realizações e crescimento e celebrando a chegada de um ano que promete mil maravilhas para quem é orelhudo e anda pela floresta.

Trazemos hoje a retrospectiva de lançamentos dos últimos dois meses, desejando a todos os nossos leitores um 2017 cheio de filmes incríveis com legendas abençoadas 🙂

Vamos lá?

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NOVEMBRO

Duas estreias em novembro, uma nacional e outra, internacional. Na primeira semana, a PlayArte Pictures abriu o mês em parceria com o mouse trazendo às telas “Mundos Opostos”, esse filme lindíssimo sobre histórias de amor em tempos de crise política e social na Grécia. O filme é um chamariz para a questão dos refugiados, que vem ganhando a merecida atenção por aqui, mas ainda é muito pouco perto do que precisa ser.

Uma das iniciativas super bacanas que temos por aqui que contempla a questão dos refugiados é o Abraço Cultural. A organização capacita refugiados para dar aulas de idiomas de forma muito séria, gerando renda e inclusão social para essas pessoas que tanto precisam. Os cursos têm um preço muito convidativo e quem faz recomenda muito. O projeto, que começou com 5 turmas há alguns anos, já conta com mais de 40, além de workshops e outras atividades. O programa é praticamente todo feito por voluntários, então você pode ajudar doando seus talentos também. Para saber mais, clique aqui.

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Os futuros amantes tendo uma conversa em very awkward English.

Na semana seguinte, o aguardado “O Vendedor de Sonhos”, baseado no best-seller homônimo de Augusto Cury, estreou nas telonas. Ninguém poderia saber indo ao cinema, mas a LBM caprichou numa versão legendada em inglês do filme para que fosse exibido em festivais internacionais antes mesmo da sua estreia por aqui. Esperamos que faça muito sucesso mundo afora com as nossas legendas!

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DEZEMBRO

Em dezembro, mais uma dobradinha nacional + internacional. Ambas estreias do dia 17, o drama de guerra “Um Estado de Liberdade” e o documentário “Marias” contaram com legendas by LBM.

“Um Estado de Liberdade”, distribuído pela Paris Filmes, conta a história de um grupo de rebeldes contra a Confederação durante a Guerra Civil Americana. Além de um recorte histórico interessante, o filme lida com a questão racial por um ângulo judicial que não costumamos ver. No tocante à tradução, procuramos diferenciar as falas dos senhores e escravos, sem causar muito estranhamento na medida do possível. Usamos, por exemplo, os termos “sinhô” e “sinhá”. O personagem principal Newton (Matthew McConaughey) ficava ali no meio termo entre os dois linguajares, outro motivo pelo qual foi importante fazer a diferenciação estratégica das variedades.

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McConaughey não vai te perdoar, confederado.

Do lado tupiniquim, “Marias” finalmente chegou às telas depois de um tempão em produção e de ter rodado festivais mundo afora. Já tínhamos divulgado o filme aqui no blog, na ocasião da exibição dele ano passado no Festival do Rio. Tivemos o prazer de trabalhar bem próximos da diretora Joana Mariani, que define o filme como a obra da sua vida. O doc foi gravado em diversos lugares da América Latina e traz discussões e insights sobre as Marias que temos por aqui e o que significa ser Maria sob vários aspectos. É um show de poesia e nós recomendamos! Da nossa parte, as legendas em português, espanhol e inglês foram feitas com muita dedicação e carinho.

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Eis o cartaz. Que fotografia, hein?

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Janeiro começa com tudo. A LBM, além das costumeiras legendagens, vem trazendo novidades incríveis, como dublagem e acessibilidade. Vamos contar tudo para vocês em breve. Nos aguardem 🙂

A LBM em cartaz: Outubro

Boas, car@s amig@s!

Como de costume e tradição, trazemos o nosso boletim mensal para a apreciação dos nossos leitores. Neste mês de outubro, provavelmente por ocasião da assombração do Dia das Bruxas, tivemos apenas uma estreia nas telonas. Mas não fiquem tristes; vamos contar outras novidades bacaninhas 🙂 Podemos?

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A MALDIÇÃO DA FLORESTA

Na primeira semana do mês, estreamos com esse terror trazido sempre pela nossa parceira dos filmes apavorantes, a PlayArte Pictures. O filme se passa na Irlanda, o que já é bem refreshing para um filme de terror, e traz a temática do território proibido, sendo esse uma floresta onde habitam criaturas mágicas e não necessariamente muito gente fina. O filme teve uma boa recepção com a crítica, tendo obtido uma média de três estrelas. Eis um bom resumo tirado da crítica do Cinepop: “”A Maldição da Floresta” é um terror cult, sem sustos fáceis, que não deve agradar a todos – mas agradará em cheio aqueles que gostam de filmes nesse estilo.”

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É muita simpatia e carisma. Como resistir?

O título original do filme, “The Hallow”, vem da própria designação dos habitantes da floresta, chamadas de hallow. A tradução em português ficou como “criaturas”, a pedido da própria distribuidora. A ideia é padronizar as traduções para legendagem e dublagem e isso mostra que nem sempre decidimos todos os termos como tradutores. Ah, e como recordar é viver, vale a pena dizer de novo: nós nunca escolhemos o título do filme em português.

Mas para quem acha que traduzir filme de terror é mamão com açúcar, melhor desconfiar sempre. “A Maldição da Floresta”, aparentemente sem pegadinhas, trazia vocabulário do folclore irlandês como “The Good People”. “Os gente boa”? Não! “Os seres mágicos”, aqueles que habitam a floresta.

 

A LBM NO GOOGLE CAMPUS

No dia 14, a LBM participou de um evento no Google Campus a convite da Abrates. Foi uma manhã de palestras muito gostosa que tinha como objetivo informar os atuais e futuros donos de start-ups sobre a importância de se contratar tradução profissional. Falamos sobre tradução audiovisual, passando por diferentes modalidades e seu alcance e aspectos mercadológicos de cada uma. Além da LBM, estiveram presentes o Fabiano Cid, da Ccaps, que introduziu o universo da tradução profissional, e a Val Ivonico, que fechou o evento falando sobre tradução e tecnologia.

O apaixonante material do Google Campus.

Para quem não sabe, o Google Campus é um espaço voltado para o empreendedorismo. São andares e mais andares com espaços para eventos e palestras, um espaço de co-working aberto para qualquer pessoa e um café supergostoso também. O campus oferece um programa de residência em empreendedorismo para quem pensa em seguir esse caminho; vale a pena ficar ligado na inscrições.

Para acessar o Google Campus para um evento, trabalhar no co-working ou apenas tomar um café, basta fazer  a inscrição no site e pegar sua credencial. Todas as atividades e espaços são abertos ao público em geral e gratuitos.

Esse foi o primeiro evento de tradução que a Abrates por lá, mas não será o último! Acompanhe a programação de eventos da Abrates seguindo a fanpage.

 

O COMEÇO DA VIDA – A SÉRIE

Já falamos sobre “O Começo da Vida” muitas vezes aqui no blog. O documentário que está conquistando o mundo foi traduzido com muito amor e carinho em parceria com a Maria Farinha Filmes para seis línguas. No entanto, não paramos por aí: seguimos fazendo micro-conteúdos que são divulgados diariamente pela Maria Farinha e seus parceiros e complementam a missão de espalhar as melhores informações sobre a primeira infância.

A nossa incrível novidade agora é que o nosso CDV virou uma série e ela chega amanhã ao Netflix! Os seis episódios podem ser vistos com legendas em português em inglês by LBM. A série traz partes já encontradas no longa, mas também muitas gravações inéditas. Os episódios estão divididos por tema, o que também ajuda muito na absorção das informações. Uma lindeza.

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Para partilhar da nossa alegria com vocês, estamos oferecendo pôsteres em tamanho cinema do filme para quem quiser ter uma lembrança na parede de casa. Como são grandes, pedimos que os interessados possam retirar os pôsteres em São Paulo ou Rio capital, ok? É só escrever para blog@www.littlebrownmouse.com.br/toca-do-mouse pedindo 🙂

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Voltamos em novembro com mais!

A LBM em cartaz: Setembro

Cinéfil@s deste Brasil,

É a última oportunidade este ano que temos de perguntar: setembro chove?

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Ajuda a gente, Maju

O ratinho está particularmente infame neste fim de mês porque temos muitos filmes traduzidos e legendados para recapitular. De Manhattan à floresta, passando pelo deserto e a ponte aérea Rio-SP, estivemos em toda a parte. Shall we?

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O SONO DA MORTE

A primeira semana já começou com estreia da PlayArte Pictures. O terror que está mais para suspense apresenta o menino Jacob Tremblay como principal atração, trazendo ares cuti-cuti para a trama, já que ele não faz o papel de uma criança possuída nem aterrorizante.

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Lembram do menino prodígio de “O Quarto de Jack”?

O filme é obra do diretor Mike Flanagan, que também dirigiu “O Espelho”.  A LBM traduziu esse filme em 2014 e tomamos altos sustos. Recomendamos também!

VIREI UM GATO

A comédia da Diamond Films estreou na segunda semana de setembro, após meses de campanha para decidir com o público qual seria o nome do personagem principal, o gato. Ficou decidido que seria “Sr. Bola de Pelos”, e assim foi. O protagonista também inspirou uma parceria da distribuidora com a ONG Adote um Gatinho para incentivar adoções de bichanos <3

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Qual nome você teria escolhido?

A parte mais divertida foi escrever “tomografia cãoputadorizada” numa legenda 😉

ÚLTIMOS DIAS NO DESERTO

Na mesma semana, tivemos a estreia da Mares Filmes com um filme bíblico nada tradicional. “Últimos Dias no Deserto” narra a história de Yeshua (Jesus) enquanto peregrina pelo deserto jejuando, ocasião em que conhece uma família em crise e se envolve em seus conflitos. Com poucos diálogos e muita desolação desértica, o retrato intimista e humanizado do filho d’O Cara pode precipitar novas reflexões.

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Difícil escolher um lugar para meditar

 

BRUXA DE BLAIR

A terceira semana de estreias começou com o aguardado terceiro filme da franquia “A Bruxa de Blair”. O retorno do filme, que foi feito inteiramente em segredo e sem nenhum vazamento de material, foi sucesso de crítica e público. Alguns críticos acreditam que esse seria um final digno para a série, porém o roteirista Simon Barrett declarou que não é a bruxa que vemos ao final do filme, e sim outra pessoa. Será que o ratinho voltará a acampar com a Bruxa de Blair no futuro?

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Momento de diversão e descontração na casa da bruxa, criatura encantadora.

 

DESCULPE O TRANSTORNO

A comédia badaladinha lançada pela Disney e Gullane chegou à LBM em forma de texto traduzido para o inglês. Passou por spotting, marcação e adaptação e deve estar sendo assistida por algum gringo neste minuto 🙂

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A semana de lançamento do filme foi cercada por bafafás acerca da carta do Gregório Duvivier para a Clarice Falcão na sua coluna da Folha, o que rendeu um belo marketing para o filme. Se você estava vivendo em outro galáxia naquela semana e não viu, leia aqui.

LEMBRANÇAS DE UM AMOR ETERNO

Para fechar esse setembrão gordo maravilhoso, uma última estreia também da PlayArte Pictures. O novo filme de Giuseppe Tornatore (Cinema Paradiso) fez a gente dar uma choradinha. O ar solene do filme também pediu uma tradução mais conservadora e, assim, fomos resgatando as origens da tradução para o cinema, mais séria.

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Como a gente fica assistindo ao filme

O filme ainda está com várias sessões disponíveis, dê uma olhadinha aqui.

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E para quem não sabe, hoje é dia do tradutor! Então dê aquele abraço apertado no seu amigo tradutor e lembre-se que o presente ocasional nunca é uma má ideia também 🙂

A LBM em cartaz: Junho, Julho e Agosto

Caríssim@s,

Não, não foi falta de vergonha na cara. Nosso post mensal com as estreias do mês desapareceu por dois meses, mas já foi encontrado. Ele passa bem e volta com muitas fofocas sobre a LBM nas telonas.

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JUNHO

O mês de junho teve muitas emoções. Feliz ou infelizmente, isso não se refletiu nas telonas, com apenas uma estreia lbmística nesse mês.

Clique aqui para ouvir a música-tema de “Raça” enquanto lê nossos comentários sobre a tradução do filme.

RAÇA

A estreia isolada do mês foi o filme sobre a vida de Jesse Owens, mais especificamente do período em que ele recebe uma bolsa universitária para treinar atletismo até a Olimpíada de Berlim, na qual ele bate recordes e deixa Hitler com cara de bunda (ponto para Owens). O filme obviamente tem um apelo muito maior para o público americano, por se tratar de um herói nacional. Mas com a Olimpíada do Rio, foi legal relembrar mitos de outrora e também perceber o quanto os Jogos estão permeados de política e questões sociais e como fica a visibilidade das pessoas no meio disso tudo. Para quem estiver interessado nesse tema, pode dar uma olhada no projeto Rio Visível, que trata do tema da visibilidade das pessoas locais durante os Jogos deste ano.

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Chupa, Hitler.

Mas vamos falar de tradução. “Raça” é um filme longo, mas que não tem uma enorme quantidade de diálogos. O processo correu tranquilo e a parte linguística não apresentou desafios específicos. Claro, a gente quase escreveu “tênis”, em vez de “sapatilha”, mas conseguimos nos corrigir a tempo. Como sempre falamos aqui, tratando-se de um filme de outra época, devemos tomar cuidado extra com termos anacrônicos. Nossa legenda preferida do filme foi : “Os chucrutes levaram uma invertida há 20 anos. Agora estão tentando se reerguer”.

 

JULHO

Julho deu um passo à frente e nos garantiu duas estreias nas telonas, bem diferentes uma da outra, para garantir férias ecléticas no cinema para o público.

A ÚLTIMA PREMONIÇÃO

O terror trazido pela PlayArte, distribuidora tradicional de sustos, conta a história de Evie e uma casa mal-assombrada. Como foi bem colocado pela crítica do Adoro Cinema, “A Última Premonição pertence ao subgênero do terror destinado a explorar os limites de mulheres frágeis, histéricas e possivelmente psicóticas, numa filiação clara a clássicos como O Bebê de Rosemary” (clique aqui para ler na íntegra).

Pobre Evie, ninguém acredita nela.

Como a maioria dos bons filmes de terror, nenhum desafio específico na tradução. Para a LBM, que traduz filmes de terror com frequência, o gênero terror, junto com as comédias, tem sido um território de exploração e experimentação na questão do rompimento com regras gramaticais muito rígidas que ainda imperam no cinema. Temos afrouxado bastante sobretudo nos imperativos e uso de pronomes, o que parece dar um respiro para a leitura das legendas e garantir mais naturalidade ao texto diagonal.

LIFE – UM RETRATO DE JAMES DEAN

A segunda estreia do mês, da Paris Filmes, foi um filme superbacaninha sobre James Dean. Ao contrário da maioria dos filmes biográficos, Life não conta a história do ídolo desde sua infância até morte. Ele foca no período em que Dean faz amizade com Dennis Stock, fotógrafo da Revista Life (daí o nome do filme). Dennis foi quem fez as famosas fotografias de James Dean pouco antes da sua morte num acidente de moto. A escolha desse momento “pouco ilustre” pode parecer estranha, mas revela detalhes importantes nas coisas simples e corriqueiras da vida de ambos os rapazes.

Eis a capa da edição que traz as fotos batidas por Dennis.

Bom filme de assistir e de traduzir. Recomendamos!

 

AGOSTO

Enfim, chegamos a agosto com filmes mais recentes.

 

NEGÓCIO DAS ARÁBIAS

Nossa primeira estreia, em parceira com a Mares Filmes, foi “Negócio das Arábias”, com Tom Hanks.

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Essa cara de perdido do Tom Hanks se repete muito durante o filme.

Um filme não muito falado, mas com falas muito precisas e carregadas de diversas intenções. “Negócio das Arábias” é bem o tipo de filme que parece fácil de traduzir, mas que pode dar muito errado se não levarmos em consideração as sutilezas e a importância que os diálogos trazem em conjunto com a imagem.

 

PERFEITA É A MÃE

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Bad moms dando uma desopilada

A comédia estilo chuta-balde da Diamond Films chegou bombando na segunda semana de agosto. A tradutora principal do filme, nossa colaboradora Juliana Lacerda, escreveu um breve depoimento sobre a experiência de traduzir o filme:

“É sempre muito divertido e prazeroso participar de projetos como ‘Bad Moms’, uma dessas comédias que vale a pena ver e rever e que vai arrancar risadas todas as vezes. O elenco é maravilhoso e o roteiro é hilário, explorando o talento das atrizes muito bem. Sempre que conto às pessoas que traduzo legendas para filmes, muitos pensam que é uma maravilha e que passo o tempo todo rindo e me divertindo enquanto trabalho, e explico que não é bem assim. Mas devo dizer que desta vez foi o caso! Claro, como qualquer trabalho, teve seus desafios; adaptar uma piada aqui, abrir mão de algumas palavras ali, mas foi um filme que me deu liberdade para “brincar” com gírias e achar soluções legais para expressões idiomáticas. Espero que quem vá ao cinema curta o meu trabalho e, principalmente, o filme!”

Obrigada, Juliana. Com certeza todos curtiram muito 🙂

NERVE

E, enfim, na última semana do mês, uma das estreias mais aguardadas do ano: “Nerve – Um Jogo sem regras”.

A logística do filme foi um grande desafio para todos os envolvidos, em diversos aspectos. Para começar, criamos toda uma linguagem especial para o filme, tendo em vista o público jovem. Verbos como “stalkear” e frases como “Que vergonha alheia” podem ser achados nas legendas.

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Jogador deitado num trilho de trem básico

Mas para além dos aspectos linguísticos, o filme foi desafiador pela quantidade absurda de textos na tela. Ao contrário das famosas cartelas que costumamos encontrar em filmes aqui e ali, “Nerve” apresenta uma interação dos dispositivos tecnológicos, como celulares, computadores e tablets, com a tela. As mensagens dos dispositivos aparecem translúcidas como se a própria tela do cinema fosse o dispositivo. E aí, José? A distribuidora fez uma lista de cartelas que seriam nacionalizadas e nós prosseguimos com a criação de documentos paralelos ao arquivos de legenda que discriminavam todos os textos da tela, com indicações de entrada, saída, diálogos próximos e posicionamento. Esses documentos tiveram que ser recriados algumas vezes por conta de mudanças nas decisões do que seria nacionalizado ou não. Mas deu tudo certo e o filme está lindão em cartaz.

Para @s noss@s mais que querid@s leitor@s do blog, estamos disponibilizando oito ingressos para assistir “Nerve” que valem no Brasil todo. As quatro primeiras pessoas a escreverem para blog@www.littlebrownmouse.com.br/toca-do-mouse pedindo, levam. 🙂 Não esqueça de colocar seu endereço para a gente postar!

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É isso aí, rapeize. Em setembro voltamos com mais novidades e reflexões do ratinho!

Curiosidades sobre a legendagem na Alemanha e países europeus

Car@s,

É verdade que nosso blog anda meio parado (meio?). Os últimos meses foram de intensas mudanças para nós todos aqui da LBM, no plano pessoal e profissional, mas podemos afirmar com alívio que são todas mudanças para a melhor! Novos projetos se formando e o trabalho continua a mil.

Para retomarmos nossas postagens, convidamos a Ana Cecília, colaboradora da LBM da equipe do alemão, para nos contar um pouco mais sobre como funciona a legendagem na Alemanha e região. Um texto muito rico e informativo. Aproveitem!

 

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“As legendas interferem menos no conteúdo de um filme do que a dublagem. E os amantes

do cinema priorizam um prazer autêntico.”

Silke Nagel

 

CURIOSIDADES SOBRE A LEGENDAGEM NA ALEMANHA E PAÍSES EUROPEUS

 

Ao longo da história do cinema, duas formas de produção de filmes estrangeiros se tornaram populares: a dublagem e a legendagem. Na Europa, países com pequena extensão territorial (Holanda, Portugal, Grécia e Romênia, por exemplo) ou com mais de uma língua cedo demonstraram suas preferências culturais por filmes legendados. Enquanto isso, França, Itália, Alemanha e demais países de língua alemã adotaram principalmente a dublagem. Nos últimos anos, entretanto, tem havido uma crescente demanda pelas legendas, focada em públicos específicos.

As primeiras legendas do cinema eram exibidas entre as imagens dos antigos filmes mudos. A partir da década de 30 do século XX, passaram a ser integradas nas imagens, sendo atualmente queimadas com laser, o que permite grande precisão e melhor legibilidade.

Starwars
Espera aí…

Na Alemanha, após a chegada do partido nazista ao poder em 1933, as produções cinematográficas eram usadas como instrumento de manipulação a serviço da ideologia totalitária. A chamada “tradução cultural” modificava diálogos originais, que eram dublados conforme indicado pelo partido nazista. Depois da guerra, entre as décadas de 1950 e 1960, o conteúdo dos filmes continuou sendo manipulado, agora para agradar os espectadores e atender aos gostos do público. Um exemplo famoso foram as “mutilações” feitas no filme Casablanca, produção norte-americana, onde as cenas com nazistas foram retiradas e substituídas por uma história de espionagem.

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Referência da foto do filme Casablanca: *By Bill Gold – http://www.impawards.com/1942/casablanca.html, Public Domain, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=25315862

A partir dos anos 80, com a chegada ao mercado do aparelho de vídeo cassete e posteriormente do DVD, o público começou a perceber as alterações grotescas inseridas nas produções e passou a demandar mais respeito pela fidelidade ao original. A nova tecnologia inibiu a alteração deliberada do conteúdo do filme pela dublagem e diminuiu a possibilidade dos cortes de trechos do original.

Atualmente, enquanto a dublagem continua sendo a opção principal do público do mainstream alemão, as legendas conquistam importantes nichos específicos de mercado. Há uma crescente demanda por legendagem, que se intensificou nos últimos anos, buscando atender principalmente às exigências dos mercados específicos de produção de DVDs e dos canais digitais de televisão por assinatura. Tais canais costumam ter um público mais restrito e produções com financiamentos mais baixos, tornando a legendagem a opção ideal, com custos menores.

Silke Nagel, autora do livro Audiovisuelle Übersetzung: Filmuntertitelung in Deutschland, Portugal um Tschechien (Tradução Audiovisual: Legendagem de filmes na Alemanha, Portugal e República Tcheca) e profissional de legendagem, cita os grupos específicos que optam pelos filmes legendados. Os cinéfilos fazem jus ao famoso ditado alemão “A voz de uma pessoa é seu segundo rosto” e preferem os filmes em sua versão original, com legendas, pois querem ouvir o som do idioma estrangeiro e das vozes verdadeiras dos atores. Na Alemanha, os filmes legendados são exibidos para os “amantes do cinema” em salas alternativas e também podem ser encontrados em DVD.

Há também associações de deficientes auditivos que lutam pela regulamentação do uso de legendas no país, através de leis que garantam o acesso irrestrito às informações na televisão. Outro grupo que prefere as legendas é o dos estudantes de línguas estrangeiras, que buscam filmes e programas para treinarem seus conhecimentos. Assistindo às produções no idioma original podem ampliar o vocabulário, memorizar as estruturas idiomáticas e exercitar a compreensão auditiva. Uma pesquisa da Comissão Europeia sobre os europeus e seus idiomas confirma que, embora 56% da população prefira filmes dublados, os cidadãos de países que costumam legendar seus filmes são ‟mais bem treinados em diversos idiomas”.

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Ana Cecilia Montenegro Bayreuther é tradutora e revisora de textos e legendas, pós-graduada em tradução de inglês e professora de português como língua estrangeira na Alemanha, onde reside. Formada em Direito pela PUC/RJ, adora livros, artes e cinema. Prefere filmes originais com legendas, claro.

 

Referências:

Antweiler, Kathrin. Geschichte der Untertitelung. Disponível em: <http://www.fask.uni-mainz.de/cafl/doku/multimedia/untertitelung/Untertitelung-Inhalt.html#Inhalt >

Deneger, Jana. Legendagem de filmes: a voz como segundo rosto. Goethe-Institut e. V., Online-Redaktion. Disponível em: <http://www.goethe.de/ins/br/lp/kul/dub/flm/pt6456940.htm>.

Jacob, Alex. Die Geschichte der Film Synchronisation in Deutschland. Sprechersprecher. Disponível em: <http://www.sprechersprecher.de/blog/die-geschichte-der-film-synchronisation-in-deutschland>.

Staud, Sophie. Audiovisuelle Translations. Disponível em: <https://prezi.com/orahvpbzmtmg/audiovisuelle-translations/>.