2017: Um ano para lembrar

Mais-do-que-querid@s leitor@s,

No último dia do ano, enquanto todos se preparam para estourar a champanhe, nós aqui da LBM sentimos que realmente há muito a ser comemorado. Não pretendemos dizer, é claro, que foi um bom ano por todos os ângulos, ou que não estamos apavorados com o cenário político e social. Mas tivemos, sim, a sorte de ter um grande ano de crescimento como equipe, baseado em muito esforço e aprendizado.

Eu, em meu traje regular de trabalho.

Este post não é para tirar ninguém dos preparativos das festanças de réveillon, mas gostaríamos de compartilhar rapidinho com todos vocês algumas das coisas tão bacanas que tornaram este ano marcante para o ratinho e seus discípulos, começando pelo conjunto das nossas estreias no cinema. Vejam só todos os filmes de cuja legendagem tivemos o prazer de participar!

Eita que esse scroll-down vai longe!

Foram 26 estreias no total. Desse total, 24 filmes de ficção e dois documentários, seis filmes nacionais e 20 internacionais. O Google Analytics da floresta não parou de trabalhar! Foram comédias, dramas, suspenses, filmes de terror a perder de vista; obras americanas, inglesas, francesas, argentinas e, sobretudo, obras cinematográficas brasileiras da primeira grandeza que nos encheram de orgulho mundo afora. Fizemos versões para quatro línguas diferentes que levaram esses filmes para os principais festivais do mundo! E, não podemos esquecer, recebemos a honra máxima da Academia: levamos o Oscar de melhor filme com “Moonlight – Sob a Luz do Luar” com nossas legendas elogiadíssimas.

Nada disso teria sido possível sem nossos maravilhosos colaboradores de tradução e legendagem, que tiveram papel fundamental na construção da qualidade de trabalho pela qual tanto prezamos. Com o coração transbordando, agradecemos a Paula Barreto, Fernanda Leme, Jorge Castagnino, Guilherme Ferreira, Juliana Lopes, Samantha Silveira, Salmer Borges, Eduardo Lasota, Ana Paula Baesso, Lucas Cureau, Jürgen Dittberner e Luiza Frizzo.

Além do circuito tradicional, traduzimos muito outros conteúdos, como vídeos de publicidade, roteiros, pílulas e outros materiais de apoio.

Mas 2017 não foi apenas mais um ano de sucesso na tradução e legendagem; foi o ano da acessibilidade na LBM! Nossas parcerias com as pessoas mais dedicadas, competentes e talentosas do mercado tornaram a nossa empresa uma referência em acessibilidade audiovisual, um trabalho pioneiro que fizemos com muito carinho e nos comprometemos a aprimorar e expandir cada vez mais. Paloma Bueno Fernandes, Christiano Torreão e equipe do Estúdio Eclipse, Ana Paula Schneider, NGB Estúdios e Ivan M. Franco: muito obrigada por fazerem acontecer.

2017 foi só o começo.

Agradecimentos especiais também aos colegas que escreveram textos incríveis para este blog, mantendo nosso diário de TAV interessante e relevante: Paulo Noriega, Vanessa Bocchi, Ivan M. Franco, e mais todos que aqui e ali escreveram parágrafos que ajudaram a contar a história dos filmes que traduzimos.

E, por fim, precisamos dar o salve maior para aqueles que nos confiam seus preciosos materiais, sabendo que ninguém cuidará deles como nós. Nossos parceiros deste ano: Diamond Films, Paris Filmes, Gullane Entretenimento, Maria Farinha Filmes, Instituto Alana, PlayArte Pictures, Academia de Filmes, Filmland, Imovision, Mar Filmes, Bossa Nova Films, REC Filmes, Fox Films, Losbragas, e nossos amigos e colegas Laura Futuro, Juca Diaz e Gaby Ruffino – um sincero obrigada!

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Escrevo aqui pela equipe de gerência da LBM, mas já que estou no papel da registradora de emoções, aproveito para agradecer meu parceiro de todas as horas e jobs, João Artur “Johnny”, que só faz me salvar em meio ao olho do furacão profissional, além de ser meu irmão gêmeo separado na maternidade; e ao sócio-pai, por nos dar força e sustentação para corrermos atrás dos nossos sonhos de TAV que cada vez mais se tornam realidade. <3

Espero daqui a um ano reescrever este post com muito mais coisas pelas quais ser grata e pessoas fantásticas para agradecer. Para encerrar, um brinde aos nossos leitores! Até 2018 😉

A LBM em cartaz: “Suburbicon”

Car@s leitor@s,

“É só um chute, mas me deu a sensação de que, na opinião de Clooney, os Estados Unidos da época de Eisenhower tinham um problema com racismo. Caramba, quem poderia adivinhar?”

Moradores superbacanas de Suburbicon dando as boas-vindas à nova vizinha.

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A frase aí em cima é uma tradução livre de um trecho da crítica de Anthony Lane para a revista (maravilhosa) The New Yorker sobre o filme “Suburbicon – Bem-vindos ao Paraíso”. Clooney (George para as groupies) é o diretor da obra, que desengavetou esse roteiro dos Irmãos Coen, além de assiná-lo junto com eles. Pelo comentário de Lane, já sabemos que a temática está um pouco batida para o público americano. Porém, para nós por aqui, esse imbroglio racial estadunidense da década de 50 não é tão óbvio, e a mão dos Irmãos Coen torna tudo mais peculiar!

Para além de conexões óbvias com a gestão Trump e paralelos com eventos fascistoides recentes aqui no Brasil, aqui da parte da LBM nos chamou a atenção o fato de o filme conversar com um fenômeno real dos centros urbanos, que é o isolamento das pessoas em condomínios e bairros planejados. Numa versão ainda mais assustadora, vimos surgir cidades que são conglomerados de condomínios, como a nossa Alphaville aqui em São Paulo.

Em uma palestra para o Café Filosófico, o psicanalista Christian Dunker – que já amamos desde “Nunca Me Sonharam” – conta como essa tendência pela busca do isolamento entre iguais para escapar ao mal-estar social acaba agravando nossas neuroses individuais e sociais, já dando a dica de que esse escape causa mais problemas do que soluções. Em “Suburbicon”, a presença da nova  (e única) família negra no bairro traz à tona esse mal-estar dentre os que não toleram a diversidade, mostrando nos subsequentes atos violentos contra a família a real faceta da comunidade. Vale a pena tirar um tempinho para assistir aqui.

Ainda no tema, recomendamos o longa brasileiro “O Som ao Redor”, do diretor Eduardo Coutinho.

Mas voltando ao nosso paradisíaco Suburbicon, algo que parece ser unanimidade entre críticos e o público maior são as atuações. O elenco de peso conta com Julianne Moore, as incríveis crianças Noah Jupe e Tony Espinosa, além de Matt Damon num papel que, talvez pela primeira vez na história, é tão odioso que fica impossível torcer por ele. Para coroar, um brilhante Oscar Isaac sequestra o filme com apenas duas cenas (Academia, cadê o Oscar do Oscar?). Jeremy Jahns não resistiu aos talentos de Isaac e confundiu as coisas. Assista ao vídeo em inglês na íntegra aqui.

 

Por essa riqueza de discussões que o filme traz, com personagens interessantes e bem interpretados e legendagem da equipe liderada pelo roedor mais incrível do Brasil, recomendamos o filme como programa de fim de ano 😉 Em vez de ficar fazendo sala pro Tio do Pavê (todo mundo tem um!), vai esperar a ceia de Natal vendo “Suburbicon” no cinema!

A LBM em cartaz: “Perfeita é a Mãe 2”

Dezembrão chegou e a gente tá como? Estreando o primeiro filme natalino do ano!

A incrível tradição hollywoodiana de lançar filmes temáticos na época das festas de fim de ano se mantém e, nesta quinta, a estreia de semana vai para quem se amarra numa aventura de Natal. Exceto que, dessa vez, tem que se amarrar num palavrão também!

Pra quem ainda não pegou o espírito da coisa.

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“Perfeita é a Mãe 2” é a sequência da comédia que o ratinho legendou no ano passado. Para quem não assistiu, está lá na Netflix com a nossa tradução! O filme original foi uma boa comédia, que introduziu um grupo de jovens mães frustradas com a sobrecarga da jornada dupla entre casa e trabalho que decide tacar o ****-se e se divertir um pouco. A gente esperava uma sequência bacana, mas ficou surpreso com a qualidade do filme. Some às pressões da vida materna a pressão do Natal e da relação das mães com as suas próprias mães e XABLAU! Comédia histérica de engraçada.

Sim, essa cena existe. Sim, o filme é imperdível.

O filme tem muitas piadas incríveis e já adiantamos que vai render uma edição especial de “Daredevilish Subtitling” só dele. Porém, para não dar spoilers e acabar com a brincadeira, resolvemos focar hoje num aspecto importante e não muito discutido da nossa área: a revisão. Um processo de revisão bem estabelecido é essencial para legendas de qualidade. Já percebeu quando um texto desce redondinho? Pode ter certeza de que ele tem a mão do revisor. Afinal, ele não está ali apenas para corrigir erros, mas para fazer que um texto atinja todo o seu potencial; em outras palavras: para transformar um bom texto num excelente texto.

Num filme com muitas piadas, trocadilhos e sacadas inteligentes como é o caso de “Perfeita é a Mãe 2”, a revisão tem o papel extra de dosar e tarimbar as escolhas do tradutor, validando o que ele entende como boas soluções. Sabemos que os tradutores costumam ser heróis anônimos, mas… e os revisores? São eles que salvam! Não à toa, eles também tem seu dia: 28/3. Aproveite as liquidações de começo de ano para comprar um presente bacana para quem salva sua pele!

Revisar exige um conjunto de habilidades que vão além de conhecimento linguístico. Como a Mitsue Siqueira e o Bruno Fontes apontaram em um texto para o blog Revisão Para Quê?, é necessário ter “discernimento para propor correções pertinentes, paciência para trabalhar textos de baixa qualidade e muito tato para enviar feedbacks, principalmente quando não são agradáveis”. Para tanto, experiência em revisão inclui não só revisar os textos de outrem, mas ter suas traduções revisadas e aprender com isso. Além disso, há cursos de especialização em revisão; você pode conferir uma lista deles feita também pelo blog Revisão Para Quê? clicando aqui.

Medo encontra a curiosidade mórbida enquanto aguardamos a revisão do nosso material.

Para esse nosso filme boca suja, contamos com um tradutor principal, uma revisora e um controle de qualidade.  Juliana Lopes é revisora de TAV com ampla experiência na TV a cabo e paciência de Jó com tradutores perfeccionistas. Ela colaborou recentemente com o ratinho e veio contar um pouco sobre a experiência de revisar “Perfeita é a Mãe 2”. Juliana não usa collant ou capa (usa?), mas é nossa heroína hoje.

Particularmente, sempre achei a revisão de legendas um trabalho divertidíssimo. Perfeita é a Mãe 2 é um daqueles filmes que consegue deixar a tarefa ainda mais divertida, a ponto de eu precisar dar pausas no vídeo para rir das piadas. Como moro no Porto, em Portugal, decidi checar a experiência de ver o filme no cinema com uma audiência portuguesa – e, é claro, com uma legenda portuguesa também. Apesar de terem sido mais conservadores na tradução dos palavrões, o que diminuiu o impacto e a graça de algumas cenas para mim, isso não impediu que o público gargalhasse, sem exageros, o filme praticamente todo.

Por falar em palavrões, confesso que a quantidade que encontrei nas legendas brasileiras me assustou à primeira vista (nada de puritanismo, é só mesmo o costume à censura das legendas para a TV). Passado o susto inicial, no entanto, comemorei. Levando em consideração que este filme fala sobre mulheres que estão cansadas de serem perfeitas para agradarem os outros, os palavrões e a decisão de traduzi-los na legenda funcionam como um dedo do meio para aqueles que ainda cobram determinados comportamentos das mulheres em geral. Não dá para imaginar a desbocada Carla ou sua mãe falando expressões suavizadas para agradar a moral e os bons costumes. Além disso, o estresse do Natal, com os presentes, as comidas, as decorações, as tradições e, acima de tudo, com a família, é o suficiente para Amy, Kiki e Carla – ou qualquer um de nós – mandarem tudo para a puta que pariu!”

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Para celebrar a estreia, estamos oferecendo para nossos leitores uma lembrança muito especial. Trata-se de um caderninho com ilustração do designer Renan Salotto, costurado à mão, trazendo o ratinho no papel da protagonista do filme, Amy.

Olha lá o dedinho do meio levantado, coisa mimosa <3

O sketchbook de “Perfeita é a Mãe” foi um dos muitos da série que fizemos ano passado com várias de nossas estreias para presentear clientes, colaboradores e amigos, e agora a última peça pode ser sua! O caderninho vem num lindo saquinho de algodão com a estampa do ratinho apresentando a “LBM e você em cartaz”. Para levar essa peça única para casa, basta compartilhar este texto no Face e mencionar nele o seu palavrão preferido! Pro ratinho saber, compartilhe direto da nossa página do Face, ok?

Até semana que vem!